Temor do aumento da prostituição na Copa não se confirma
7 de julho de 2006As previsões de que mais de 40 mil mulheres seriam forçadas a trabalhar como prostitutas durante a Copa do Mundo não se materializaram. A confirmação é de um relatório divulgado esta semana pela Organização Internacional para as Migrações (OIM) e pela Agência de Desenvolvimento da Suécia, Sida.
"Até agora, não vimos nenhum sinal de aumento no tráfico humano de países do Leste Europeu para a Alemanha", declarou o porta-voz da seção sueca da OIM, Fredric Larsson.
A polícia alemã confirmou que a prostituição, que passou a ser legal na Alemanha em 2002, não aumentou consideravelmente durante o mês da competição. "Antes da Copa do Mundo, houve rumores circulando a respeito de uma grande vinda de prostitutas", disse o porta-voz da cidade de Colônia, Jürgen Müllenberg. "Mas nem a prostituição legal nem a ilegal apresentaram aumento."
Paixão poupada para o campo
Os milhões de fãs de futebol que vieram à Alemanha salvaram suas paixão e energia para a ação no campo, em vez dos bordéis. "A Copa do Mundo é uma enorme festa que está rolando no país, mas os torcedores não têm nem dinheiro nem tempo para sexo pago", disse Stephanie Klee, da Associação Alemã de Serviços Sexuais, um grupo que defende os direitos trabalhistas de profissionais do sexo.
Ela acrescentou que algumas prostitutas decidiram sair de férias durante a competição. "Está muito devagar, infelizmente", lamentou Sabine Strauss. Ela gerencia um website no qual mulheres oferecem seus serviços.
Munique, onde 300 prostitutas juntaram-se às 500 registradas que já trabalham na capital bávara, foi a única cidade alemã a registrar aumento na Copa.
Campanhas funcionaram
Larsson justifica a ausência de trabalho reclamada por Sabine ao sucesso em larga escala da campanha de alerta para o tráfico e prostituição forçada antes que a Copa começasse. "A campanha teve um efeito positivo. Mostra que não precisamos aceitar o tráfico", concluiu.
Pressão feita pela União Européia, Estados Unidos e grupos das Igrejas levaram a mais batidas policiais a sex shops e bordéis, o que também ajudou a manter o índice de prostituição legal e ilegal baixo, de acordo com o relatório.
Os resultados do estudo preliminar foram baseados em relatórios da polícia européia assim como de 20 organizações que atuam contra o tráfico humano na Alemanha e no Leste Europeu. O relatório completo deve ser divulgado em setembro.
A OIM estima que aproximadamente 200 mil pessoas são traficadas dentro e para fora da Europa a cada ano, a maioria delas mulheres e garotas para exploração sexual.