Todos já podem brigar por vaga na Copa
5 de dezembro de 2003A festa com 3500 convidados no Frankfurter Festhalle não chegou a empolgar. Os curtos filmes publicitários da Copa do Mundo de 2006 exibidos em telão cumpriram sua missão informativa, mas pouco mexeram com as emoções do público, assim como a formal cordialidade entre os presentes no palco. A grande sensação coube ao roqueiro Herbert Grönemeyer ao cantar seu sucesso Mensch. Nem mesmo a presença do hexacampeão de Fórmula 1, Michael Schumacher, contribuiu para um clima menos oficial.
A manifestação de estudantes na porta do local da festa, contra a política de ensino do governo de Hessen, e a declaração de Grönemeyer de que também gostaria de meter sua mão na cumbuca do sorteio, o que deixou os organizadores desconcertados, foram os únicos episódios imprevistos.
Nem todos os concorrentes estiveram no sorteio
No fim das contas, o que valeu para 157 países foi saber seu roteiro para a classificação para o mundial de 2006. Pela primeira vez, a Alemanha, com anfitriã, é a única nação com vaga garantida. Apesar de atual defensor do título, o Brasil está tendo de disputar as Eliminatórias Sul-Americanas, junto com mais nove países. Para eles, a festa desta sexta-feira não teve a menor importância, pois todos jogam contra todos desde setembro num grupo único, dispensando o sorteio. Os quatro primeiros se classificam automaticamente para a Copa.
A festa também não valeu para Austrália e Nova Zelândia, que só entram na briga por uma vaga após a primeira fase da Oceania, disputada entre outras dez seleções de países insulares, divididas em dois grupos. Os dois vencedores encaram depois os maiorais da região num torneio. O campeão ainda terá de enfrentar o quinto colocado da América do Sul, o que irritou os dirigentes oceânicos. Segundo eles, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, havia lhes prometido uma vaga direta, pois a última vez em que o continente esteve representado num mundial foi em 1982, com a Nova Zelândia.
Holanda tem azar de novo
No sorteio, a atenção concentrou-se sobretudo na definição dos grupos europeus, que deixou sobretudo a Holanda novamente em maus lençóis. Depois de ter ficado de fora da última copa e ter se classificado para a Eurocopa somente na repescagem, o país vizinho à Alemanha caiu mais uma vez no mesmo grupo da República Tcheca, além da Romênia, assim como Finlândia, Macedônia, Armênia e Andorra.
Somente o campeão de cada chave e os dois melhores segundos colocados dos oito grupos europeus se classificam diretamente. Os demais segundos disputam em repescagem mais três lugares. França e Itália caíram em grupos em que, se não marcarem bobeira, têm tudo para uma classificação tranqüila, embora os adversários mereçam respeito.
Segunda fase na África e Ásia
Assim como na América do Sul, as Eliminatórias já começaram faz tempo na África e na Ásia. Em Frankfurt, sorteou-se as chaves da segunda fase. Os 30 países africanos ainda na briga foram divididos em cinco grupos, cujos vencedores representarão o continente. África do Sul e Gana, duas potências regionais no futebol, deram o azar de caírem na mesma chave, enquanto Senegal, Camarões e Nigéria podem ser considerados favoritos em seus grupos. Tunísia e Marrocos dividem o favoritismo na chave 5.
A segunda fase das Eliminatórias Asiáticas terá oito grupos de quatro países, sendo que os vencedores disputam uma terceira etapa em duas chaves, classificando-se quatro diretamente para a Copa. O ganhador da repescagem entre os dois terceiros colocados desta última etapa tem ainda uma chance derradeira contra o quarto lugar das Eliminatórias das Américas Central e do Norte e da Região do Caribe. Os países da Concacaf têm direito a três vagas diretas.