Toffoli defende urna eletrônica
18 de setembro de 2018O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, defendeu nesta segunda-feira (17/09) a confiabilidade da urna eletrônica e descartou a hipótese de fraude nas eleições, após o candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) divulgar um vídeo no qual cita uma suposta manipulação no processo eleitoral.
"Tem gente que acredita em saci-pererê", afirmou Toffoli, em entrevista coletiva, ao rebater as críticas do presidenciável. "A respeito disso, eu digo apenas que ele [Bolsonaro] sempre foi eleito usando a urna eletrônica", acrescentou.
Internado em São Paulo, após levar uma facada num evento de campanha, Bolsonaro divulgou no domingo um vídeo, no qual sugere a possibilidade de fraude nas urnas para beneficiar o PT. Essa não foi a primeira vez que o candidato critica o processo eleitoral. Na reforma política aprovada em 2015, ele chegou a propor um artigo que determinava a obrigatoriedade do voto impresso.
Sobre as críticas, Toffoli afirmou também que os sistemas das urnas são abertos a auditagem para todos os partidos, candidatos e para a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e lembrou que o PSDB, após a derrota no segundo turno em 2014, pediu uma auditoria nas urnas e chegou a conclusão que não houve fraude.
O ministro destacou que pela primeira vez as eleições serão acompanhadas por observadores da Organização dos Estados Americanos (OEA). "Isso é necessário e importante para acabar com determinadas lendas que possam surgir”, disse.
Na entrevista, o presidente do STF rebateu ainda as críticas de que a Corte atua para conter a Operação Lava Jato. "Em primeiro lugar, o Supremo Tribunal Federal sempre deu suporte à Lava Jato. Vamos parar com essa lenda urbana, com esse folclore, o STF nunca deu uma decisão que parasse a Lava Jato ou outras investigações", afirmou.
O ministro acrescentou que a Corte tem atuado para dar parâmetros legais às investigações e garantir o processo legal. "Quando as investigações se mostram abusivas, elas são, como devem ser, tolhidas pelo Judiciário, que é o que garante direitos individuais e fundamentais", afirmou.
Toffoli assumiu o comando do Supremo Tribunal Federal na última quinta-feira. Ele sucede a ministra Cármen Lúcia na presidência da Corte.
CN/abr/ots
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