Turquia: prisão preventiva para 17 jornalistas
30 de julho de 2016Um tribunal de Istambul decidiu, nesta sexta-feira (29/07), aplicar a prisão preventiva a 17 jornalistas turcos por suposta ligação destes ao clérigo muçulmano Fethullah Gülen, acusado por Ancara pela tentativa de golpe de Estado de 15 de julho, considerando que pertencem a um "grupo terrorista".
Vinte e um jornalistas tiveram seus casos decididos pelo tribunal, sendo que quatro foram libertados e 17 foram mantidos presos preventivamente, divulgou a agência de notícias estatal Anadolu.
Entre os detidos está o jornalista veterano Nazli Ilicak, antigo deputado, que saiu do jornal pró-governamental Sabah em 2013, depois de criticar alguns ministros envolvidos num escândalo de corrupção. Entre os quatro libertados está o conhecido jornalista Bulent Mumay, ex-editor do jornal Hurriyet.
Mais de 130 meios de comunicação foram fechados pelo governo turco nesta semana e cerca de 90 mandados de detenção foram emitidos contra jornalistas, medidas muito criticadas por organizações não-governamentais de defesa dos direitos humanos.
A Turquia considera o movimento de Gülen, que vive exilado nos Estados Unidos, como um grupo terrorista, que está por trás do golpe fracassado de 15 de julho, que causou mais de 200 mortos e milhares de presos. Gülen nega as acusações feitas por Ancara.
PV/lusa/ots