Berlusconi se livra da prisão domiciliar
15 de abril de 2014Um tribunal de Milão sentenciou esta terça-feira (15/04) o ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi, de 77 anos, a um ano de serviços comunitários pela sua condenação por fraude fiscal. Ele deverá cumprir pena num asilo de idosos.
Com a decisão, Berlusconi escapou da prisão domiciliar, que o impediria de fazer campanha eleitoral. Ele também foi multado em 10 milhões de euros. Devido a leis brandas para condenados acima dos 70 anos, Berlusconi não pode ir para a cadeia.
Em agosto passado, ele havia sido condenado a quatro anos de cadeia por fraudes fiscais em sua empresa de comunicação Mediaset, sendo que três anos foram anistiados já no momento da leitura da sentença.
Políticos do seu partido, o Forza Italia, desejavam que a pena fosse serviços comunitários em vez de prisão domiciliar. Na audiência da quinta-feira passada, os advogados do empresário também solicitaram como pena os trabalhos sociais. Até o Ministério Público estava de acordo.
Conforme o juiz, Berlusconi deverá se apresentar uma vez por semana a uma instituição social, onde deverá trabalhar por ao menos quatro horas consecutivas. Formalmente, ele deverá cumprir a pena por um ano, mas ela pode ser reduzida para dez meses e meio se ele tiver bom comportamento, o que é bem provável. No fim das contas, Berlusconi deverá cumprir pouco mais de 20 dias de serviço social.
Normalmente, pessoas condenadas a prestar serviços comunitários não podem deixar sua região de residência, mas Berlusconi poderá ir a Roma para compromissos políticos todas as semanas, de terça a quinta-feira.
Os advogados de Berlusconi se disseram satisfeito com a sentença. "Em face da responsabilidade política, o julgamento foi bem balanceado e satisfatório."
Por conta de seus problemas com a Justiça, Berlusconi perdeu sua cadeira no Senado em novembro e foi proibido de se candidatar a eleições por seis anos.
Nesta segunda, o ex-premiê se encontrou com o atual primeiro-ministro, Matteo Renzi. De acordo com a mídia italiana, ambos concordaram em seguir com a cooperação em relação às reformas políticas, como o rebaixamento do Senado a uma câmara não eleita e adoção de uma nova lei eleitoral.
RCC/dpa/ap/afp/lusa