Trinta anos da explosão da Challenger
O desastre em 1986 lançou uma sombra sobre o sucesso dos ônibus espaciais da Nasa. Em 2003, a Columbia não voltaria à Terra. Ainda assim, com um total de 133 voos concluídos, o programa foi um marco histórico.
O choque
Em 28 de janeiro de 1986, o ônibus espacial Challenger explodiu 73 segundos depois de decolar, no pior acidente da história do programa espacial da Nasa, até então. Terceiro ônibus espacial americano, a Challenger completou nove voos, permanecendo, ao todo, 69 dias no espaço.
Logo antes da catástrofe
A Challenger decolou do Centro Espacial Kennedy, em Cabo Canaveral, sob aplausos dos espectadores. Poucos segundos depois, o clima de entusiasmo deu lugar ao horror. Entre os que acompanhavam a decolagem estavam vários familiares e amigos dos astronautas.
As vítimas
Estes sete astronautas morreram no acidente (da esq. para a dir.): engenheiro aeroespacial Ellison Onizuka, piloto Mike Smith, professora do primário Christa McAuliffe, piloto de testes e engenheiro aerospacial Dick Scobee, especialista em carga útil Greg Jarvis, físico Ron McNair, engenheira elétrica e especialista em telemetria Judith Resnik.
Inspiração para gerações futuras
Christa McAuliffe seria a primeira professora no espaço, e assim, uma inspiração para muitos estudantes e professores. Nos anos seguintes, vários astronautas tocaram adiante a ideia de levar ciência e tecnologia para as salas de aula. Nesta foto, McAuliffe (esq.) conversa com sua suplente, Barbara Morgan, durante um treinamento para astronautas.
Anel defeituoso
Um ou mais anéis de vedação falharam ao serem expostos a altas temperaturas durante a decolagem, em seguida a uma noite extremamente fria. Assim, gás de exaustão escapou pelo lado da aeronave, em vez de através do motor. Na foto, o chefe do comitê de investigação, William Rogers, depõe no Senado ao lado de seu vice, o astronauta Neil Armstrong.
Dor e consternação
A Alemanha também pranteou a morte dos tripulantes da Challenger. Apenas três meses antes da tragédia, os primeiros astronautas da Alemanha Ocidental, Reinhard Furrer e Ernst Messerschmid (1º e 5º a partir da esq.) haviam voado nesse ônibus espacial. Eles inauguraram o Spacelab D-1, o primeiro grande projeto de exploração espacial da República Federal da Alemanha.
Recomeço após longa pausa
Dois anos e meio após o desastre, a Nasa retomou os voos de ônibus espaciais. Em 29 de dezembro de 1988, a Discovery partiu de Cabo Canaveral. Também houve falhas: partes do isolamento de um tanque se soltaram. Apesar disso, esse foi um dos mais bem-sucedidos ônibus espaciais, e o mais utilizado também: entre 1984 e 2011, a Discovery decolou 39 vezes.
Segunda tragédia
As críticas ao programa espacial haviam praticamente se calado, 17 anos e 87 voos após o acidente da Challenger. Aí veio a segunda catástrofe: o ônibus Columbia se partiu ao adentrar a atmosfera terrestre em 1º de fevereiro de 2003. Todos os sete membros da população morreram. Causa provável foi o dano numa asa, atingida durante a decolagem por um pedaço do isolamento do tanque de combustível.
Vital para a pesquisa espacial
Apesar dos dois acidentes, o programa de ônibus espaciais da Nasa ostenta uma história admirável: 133 voos foram concluídos com sucesso. Na foto, a Atlantis se aproxima da Estação Espacial Internacional (ISS), cuja construção teria sido praticamente impossível sem os ônibus. Em primeiro plano vê-se a cápsula russa Soyuz, atualmente o veículo standard para o transporte humano até a ISS.
Nave minúscula no espaço infinito
Comparado à ISS, o ônibus espacial Endeavour parece minúsculo, nesta imagem. Trata-se de uma das pouquíssimas fotografias existentes de um veículo desse tipo acoplado à estação internacional. O astronauta italiano Paolo Nespoli a tirou em 2011, retornando à Terra a bordo da cápsula espacial Soyuz.
A serviço da ciência
A Atlantis se acopla pela segunda e última vez à ISS, em maio de 2010. Seu último voo realizou-se um ano mais tarde. A essa altura, os ônibus espaciais haviam colocado em órbita numerosos satélites de telecomunicação, navegação e pesquisa, inclusive o telescópio espacial Hubble. Com as espaçonaves, satélites também foram recolhidos e reparados, e fez-se até uma visita à estação espacial russa Mir.
Na garupa, para o último voo
A Endeavour voa pela última vez, montada sobre um avião especial Boeing 747. Ele levou a espaçonave a seu local de retiro, o California Science Center em Los Angeles. Juntos, fizeram um desvio para um sobrevoo final da ponte Golden Gate e de diversas cidades ao longo da costa oeste americana. A última missão espacial da Endeavour foi em maio de 2011, a da Atlantis, em julho do mesmo ano.
O sonho continua
O futuro das viagens espaciais humanas se parece um pouco com o passado. A nova nave espacial da Nasa será a Orion. Seu design recorda a primeira da série Apollo. A Agência Espacial Europeia (ESA) fornecerá componentes importantes para a Orion, que será maior do que as naves Soyuz e viajará mais longe – para a Lua e talvez até Marte, um dia.