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Trittin: Rússia vai aderir a Kyoto

rw10 de dezembro de 2003

Apesar dos sinais negativos de Moscou, ministro alemão do Meio Ambiente confia que Rússia ratificará protocolo de Kyoto. Jürgen Trittin disse que faltam 2% para a Alemanha atingir a cota de redução de poluentes em 2012.

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Ministro confianteFoto: AP

Depois que os Estados Unidos já deram seu "não" ao Protocolo de Kyoto, em 2001, a esperança de ainda salvá-lo está nas mãos da Rússia. Durante a conferência no Japão, em 1997, 120 países haviam se comprometido a reduzir as emissões poluentes até 2012. Para entrar em vigor, o protocolo precisa ser ratificado por 55 países, cujas emissões somavam, em 1990, 55% do total mundial, o que não se alcançará sem a Rússia (17,4% das emissões).

O ceticismo ganhou força há alguns dias, quando um assessor econômico do presidente Vladimir Putin disse que seu país não ratificaria o protocolo, por ele ser prejudicial ao crescimento econômico russo. O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, salientou, por seu lado, que o protocolo é um importante passo no combate às perigosas mudanças climáticas: "Muito ainda precisa ser feito", salientou Annan, numa mensagem aos participantes da conferência.

Berlim confiante em Moscou

No início da reunião de 90 ministros e outras delegações para a apuração do andamento do Protocolo de Kyoto e de questões ainda em aberto, nesta quarta-feira (10), em Milão, o ministro alemão do Meio Ambiente, Jürgen Trittin, manifestou a confiança do governo alemão de que a Rússia ainda ratificará o acordo. O ministro do Partido Verde salientou no encontro que até o final da conferência organizada pelas Nações Unidas, sexta-feira, é necessário emitir "um sinal político de disposição para negociar".

Trittin disse que não acredita que todo o gabinete em Moscou compartilhe a mesma opinião. "Mas se Putin sair fortalecido da eleição no próximo ano, ele terá força para decidir este conflito", acrescentou o ministro alemão do Meio Ambiente, ao mesmo tempo em que dirigiu críticas à posição dos Estados Unidos. Segundo relatório divulgado na conferência em Milão, as emissões de gases poluentes neste país aumentaram em 13% entre 1990 e 2001.

Por outro lado, o alemão exortou a comunidade internacional a fazer de tudo para limitar em 2ºC o aquecimento global até o final deste século. Trittin lembrou que, por exemplo, um aumento médio de 4ºC na temperatura do planeta causaria graves danos ao meio ambiente, como o derretimento de geleiras.

Críticas à comissária européia

Trittin havia criticado as palavras da comissária de Meio Ambiente da União Européia. Margot Wallström havia dito que "a Alemanha, como outros países, deve fazer mais pela concretização dos objetivos climáticos". Ao que o ministro respondeu que ela teria de ir de cabeça baixa para Milão se não fossem os êxitos alemães na proteção ao meio ambiente. "Até 2012, temos de reduzir em 21% a quantidade de emissões de poluentes que tínhamos em 1990. Agora já ultrapassamos os 19%", assegurou. Sem o esforço dos alemães, a União Européia estaria deficitária no cumprimento dos objetivos de defesa climática.

A Comissão Européia, órgão executivo da UE, havia conclamado seus membros a aumentarem os esforços para o cumprimento das metas de Kyoto. Estudos recentes revelam que, no bloco europeu, somente a Grã-Bretanha e a Suécia alcançarão os objetivos estipulados no protocolo.