Tropa da UE deve estar pronta para ação em 2003
5 de outubro de 2002O financiamento da tropa de reação rápida comum européia ainda não está garantido, mas os ministros da Defesa confirmaram, ao mesmo tempo, a disposição da UE de assumir a ação Amber Fox da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), na Macedônia, conforme anunciou o anfitrião Yannos Papantoniou, no encerramento do encontro de dois dias, na cidade portuária de Rythymnon.
A troca de contingente na Macedônia ainda depende de um acordo entre a UE e a OTAN para a tropa comum européia poder usar as capacidades da aliança militar transatlântica, dominada pelos Estados Unidos.
A Amber Fox vigia o cumprimento do armistício entre as tropas governamentais e os rebeldes albaneses. A OTAN está disposta a manter seu contingente na Macedônia mesmo depois de expirar seu mandato no próximo dia 26.
O titular da Defesa da Grécia, Papantoniou prometeu "uma solução o mais rápido possível" para um acordo da UE com a OTAN. Este vem sendo bloqueado exatamente pela Grécia, porque o governo de Atenas rejeita um direito de coparticipação da Turquia em decisões da União Européia.
Partida rápida e marcha lenta
A UE decidiu criar uma tropa própria três anos atrás, depois de ficar evidente, na guerra do Kosovo, a sua dependência da supremacia militar dos EUA na OTAN. O projeto teve uma partida supreendentemente rápida, mas ficou empacado durante alguns tempos. O problema de financiamento deverá ser solucionado, finalmente, no próximo encontro de cúpula dos chefes de governo e de Estado dos 15 países-membros, em Bruxelas, nos dias 17 e 18 de novembro, segundo o titular da Defesa da Grécia. A nova tropa vai depender das estruturas e de apoio logístico da OTAN e para que isso seja garantido é preciso um acordo entre os adversários Atenas e Ancara. A Grécia integra a OTAN e a UE, mas a Turquia só faz parte da aliança militar.
Concorrência entre UE e OTAN
Washington está acompanhando a criação da tropa comum européia com atenção, porque a OTAN tem um projeto semelhante e ambos poderão ser concorrentes. No último encontro da aliança militar, em Varsóvia, o secretário da Defesa americana, Donald Rumsfeld, propôs a formação de uma tropa semelhante de ataque. A reação dos seus colegas foi predominantemente positiva, com a exceção do alemão Peter Struck, que se mostrou extremamente reservado.
No encontro dos aliados na capital polonesa, Rumsfeld evitou falar com Struck, alegando que a atmosfera teuto-americana estava envenenada. O veneno era a rejeição categórica do governo alemão de Gerhard Schröder a uma intervenção militar no Iraque. Mas nesse meio tempo o presidente americano George W. Bush proporcionou uma distensão com a carta que enviou ao seu colega alemão, Johannes Rau, por ocasião do Dia da Unidade Alemã, na quinta-feira (3).