Trump autoriza envio de armas aos curdos sírios
9 de maio de 2017O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, autorizou armar os combatentes curdos na Síria com todos os meios necessários "para garantir uma clara vitória" no ataque para retomar a cidade de Raqqa do grupo jihadista "Estado Islâmico" (EI), afirmou o Pentágono nesta quinta-feira (09/05).
Entenda: A Turquia e o temor de um Estado curdo
A decisão poderá estremecer as relações diplomáticas entre os Estados Unidos e a Turquia, respectivamente o primeiro e o segundo maior exército do Otan, já que o governo em Ancara se opôs com veemência a armar os rebeldes das Unidades de Defesa Popular (YPG), que considera uma extensão do grupo militante curdo Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), considerado terrorista na Turquia.
"Estamos plenamente cientes dos temores de segurança do nosso parceiro de coalizão Turquia. Queremos reafirmar ao povo e ao governo da Turquia que os Estados Unidos estão comprometidos com a prevenção de riscos de segurança adicionais e com a proteção do nosso parceiro na Otan", afirmou a porta-voz do Pentágono, Dana White, em Vilnius, na Lituânia, onde ela acompanha o secretário de Defesa, Jim Mattis.
Autoridades do alto escalão, como o general Joseph Dunford, chefe do Estado-Maior Conjunto, reuniram-se diversas vezes com representantes do governo turco para tentar obter um acordo sobre a ofensiva a Raqqa que fosse aceitável para Ancara.
Os turcos queriam que os curdos sírios fossem excluídos dessa operação, mas as autoridades americanas não cederam, afirmando não existir outra alternativa. Militares americanos argumentam que os curdos estão entre os combatentes mais bem preparados dos grupos rebeldes e vão necessitar de armas pesadas, como mísseis antitanque, morteiros e veículos blindados para lutar contra o "Estado Islâmico". O Pentágono não informou que armas serão fornecidas.
Embora não tenha sido divulgado o tipo de armamento que será disponibilizado, oficiais americanos indicaram que morteiros de 120 milímetros, metralhadoras, munições e veículos blindados são algumas das possibilidades e descartam o fornecimento de artilharia e mísseis terra-ar.
AS/rtr/ap