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Trump vai mesmo ser o candidato republicano?

Ines Pohl (ca)17 de julho de 2016

Por ora, magnata republicano é apenas o candidato não oficial de seu partido à presidência dos Estados Unidos e necessita ser aprovado pela convenção partidário de meados de julho. Isso vai realmente acontecer?

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Foto: Reuters/J. Ernst

Na verdade não há mais nenhum obstáculo para a nomeação de Donald Trump como candidato presidencial dos republicanos. Nas primárias, o empresário que mudou de partido recebeu um número tão expressivo de votos que ele conseguiu reunir a quantidade necessária de delegados.

E, de fato, todos os delegados são obrigados a respeitar esse resultado eleitoral. Mesmo assim, o partido pode mudar, literalmente no último minuto, as suas regras e escolher outro candidato para a corrida à Casa Branca. Veja como isso pode acontecer:

1. De acordo com o regulamento partidário republicano, uma comissão de 112 pessoas se reúne antes de cada congresso do partido. Esse grupo é composto por um homem e uma mulher de cada um dos estados americanos. Eles estipulam as regras pelas quais o candidato presidencial vai ser escolhido. Se a maioria dessa comissão decidir liberar os delegados de respeitar o resultado das primárias e deixar que votem de livre arbítrio, então tudo é possível. Não há nenhuma instância que possa anular tal decisão.

2. Se, nessa comissão, não houver maioria para essa medida, mas ao menos 25% dos membros do grêmio optarem por liberar os delegados da votação das primárias, a decisão é levada ao congresso partidário. Então os 2.472 delegados discutem e votam o livre arbítrio na escolha do candidato presidencial. Então "uma lavagem de roupa suja" iria certamente acontecer.

3. No entanto, a situação não é tão fácil quanto parece. Pois cada estado tem as próprias regras a ser seguidas pelos delegados. Isso significa que alguns delegados teriam que votar em Trump, mesmo que o partido liberasse a escolha. Outros, por outro lado, devem respeitar o resultado das prévias somente no primeiro turno da eleição do candidato presidencial, estando livres posteriormente. Algo bastante complicado e questionável democraticamente: um ponto que a maioria dos americanos não consegue entender corretamente.

4. De acordo com as regras atuais, por volta de 95% dos delegados são obrigados a votar no candidato que venceu as primárias em seus respectivos distritos eleitorais. No entanto, é preciso deixar claro que os delegados são escolhidos em processos muito pouco transparentes e pertencem, na maioria das vezes, ao establishment político. Para esses políticos tradicionais, Trump é um espinho na garganta.

5. As duas questões principais deveriam ser: existe uma alternativa promissora de pessoal? E os delegados estariam dispostos a arriscar uma revolta em seu próprio partido para impedir a candidatura de Trump? Pois está claro que todos os apoiadores do autoproclamado bilionário se sentiriam enganados se o partido escolher, no último minuto, outro candidato, após meses de um processo de eleições primárias.

6. Um total de 2.472 delegados participa do congresso partidário de nomeação dos republicanos. Num grupo tão grande, a gama de apreços políticos é, necessariamente, imensa. Ela varia de adversários ferrenhos de Trump a fanáticos apoiadores do magnata, além de tudo que há entre esses dois polos. Muitos dos delegados são jovens políticos ambiciosos – até onde eles se deixarão influenciar por suas considerações de carreira? Eles estão dispostos a apoiar uma votação tão delicada contra a decisão da maioria nas primárias? Ou, sem levar em considerações vantagens pessoais, eles vão votar contra Trump por achar que o magnata prejudica o partido?

7. No final, resta a pergunta de como e quando vai terminar realmente essa situação de horror para os republicanos: Será que Trump não vai ser escolhido candidato? Ou um candidato com o nome de Donald Trump iria prejudicar tanto os republicanos que, no final, até mesmo um desmantelamento do partido estaria em jogo?

8. Pouco antes do congresso partidário, uma coisa é certa: tudo parece ser possível.