Tunísia conclui barreira na fronteira com a Líbia
7 de fevereiro de 2016A Tunísia concluiu neste domingo (07/02) a construção de uma barreira ao longo da fronteira com a Líbia, meses depois dos ataques perpetrados contra um museu e um destino turístico que causaram dezenas de mortos.
O ministro da Defesa tunisiano, Farhat Horchani, disse que a construção de acostamentos e valas inundadas de água marca "um dia importante" para a Tunísia na luta contra "o terrorismo".
Dois atentados terroristas reivindicados pelo grupo extremista "Estado Islâmico" (EI), no ano passado, mataram 59 turistas estrangeiros. Autoridades tunisianas afirmaram que os agressores receberam treino na Líbia, onde o EI está muito ativo. "A Tunísia é capaz de lutar contra o terrorismo ativa e eficientemente", disse Horchani, durante uma inspeção da barreira.
A Líbia vive uma situação de caos devido a uma guerra civil que se seguiu à revolução de 2011. Desde as últimas eleições, o país tem dois governos, um, em Tobruk, reconhecido pela comunidade internacional e outro, em Trípoli, apoiado por milícias tribais.
A infraestrutura inaugurada neste domingo se estende ao longo de cerca de 200 quilômetros, entre Ras Ajdir, na costa mediterrânea, e Dehiba, a sudoeste. Ou seja, metade do comprimento da fronteira entre os dois países vizinhos.
Horchai afirmou que a segunda fase do projeto inclui a instalação de equipamento eletrônico, com a ajuda da Alemanha e dos Estados Unidos. O ministro acrescentou que a barreira, que as autoridades da Tunísia chamaram de "sistema de obstáculos", já "provou sua eficiência". "Em várias ocasiões travamos e detivemos pessoas que estavam contrabandeando armas", disse.
Em março passado, 21 turistas e um agente da polícia foram mortos num ataque armado contra o museu Bardo, em Túnis. Em junho, um ataque numa praia perto de Sousse matou 38 turistas, em sua maioria ingleses. O EI também reivindicou um atentado suicida em Túnis, em novembro, no qual morreram 12 guardas presidenciais.
Fontes oficiais indicaram que 6 mil tunisianos saíram do país para lutar no Iraque, na Síria e na Líbia, e muitos escolheram se juntar ao "Estado Islâmico".
PV/lusa/rtr/dpa/afp