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Turquia anuncia fim de operação militar na Síria

30 de março de 2017

Primeiro-ministro não descarta novas missões e nem menciona retirada de tropas enviadas para o país vizinho. Operação "Escudo de Eufrates" foi a primeira incursão turca na Síria desde o início da guerra civil.

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Tanques turcos no norte da Síria
Tanques turcos no norte da Síria Foto: Reuters/K. Ashawi

A Turquia anunciou nesta quarta-feira (29/03) o fim de sua operação militar "Escudo de Eufrates", lançada no norte da Síria em agosto do ano passado. O primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, porém, não descartou novas incursões por terra no país vizinho.

"A operação Escudo de Eufrates foi bem sucedida e terminou. Qualquer outra operação que a seguirá terá outro nome", disse Yildirim, numa entrevista à emissora NTV.

A primeira incursão turca por terra na Síria desde o início da guerra civil visava apoiar os rebeldes do Exército Livre da Síria no combate aos jihadistas do "Estado Islâmico" (EI) e barrar o avanço de combatentes curdos na região. A manobra foi criticada por curdos, que recebem apoio dos EUA.

Com a operação, a Turquia libertou a cidade fronteiriça Jarablus, o maior bastião do EI perto da fronteira turca, e conquistou o controle de cerca de 2 mil quilômetros quadrados no norte do país, que foi repassado, segundo Ancara, ao Exército Livre da Síria.

"Se depois disto fizermos uma nova ação por detectar uma nova ameaça do EI contra nossa segurança, seria uma nova operação", ressaltou o primeiro-ministro.

Yildirim fez esta declaração pouco depois que o Conselho de Segurança Nacional, que reúne altos cargos militares e governamentais, declarou num comunicado que a operação havia "concluído com sucesso", mas não esclareceu se as tropas turcas sairiam da Síria. O primeiro-ministro também não mencionou a retirada.

O mesmo comunicado ressaltou que empregar as milícias curdo-sírias Unidades de Defesa Popular (YPG) na luta contra o EI "não contribui à paz e segurança na Síria, mas será causa em médio e longo prazo de novos problemas".

A Turquia está atenta aos ganhos territoriais dos curdos na guerra civil da Síria e teme que isso possa inflar o movimento separatista da minoria curda em seu território. Curdos estabeleceram três zonas autônomas no norte da Síria desde que a guerra civil eclodiu, em 2011. Eles negam, porém, que estejam tentando fundar um Estado próprio.

A declaração do governo foi divulgada um dia antes da visita do secretário de Estado americano, Rex Tillerson, cujo país respalda às YPG há anos no combate ao "Estado Islâmico" no norte da Síria.

CN/efe/rtr/dpa