Turquia pede mais 2 bilhões de euros em ajuda a refugiados
30 de janeiro de 2016A Turquia pediu 2 bilhões de euros adicionais à União Europeia (UE) para melhorar as condições de ajuda aos refugiados que estão no país, informou neste sábado (30/01) o jornal alemão Die Welt. O acordo inicial previa o envio de 3 bilhões de euros.
"Ancara quer agora 5 bilhões, mas só estamos preparados para dar os 3 bilhões de euros que tínhamos prometido", afirmou um diplomata da UE.
A quantia inicial é resultado de um acordo firmado em novembro de 2015 que prevê a doação do dinheiro em troca de a Turquia proteger suas fronteiras e oferecer melhores condições de vida aos refugiados no país. O objetivo é diminuir o fluxo de requerentes de asilo para a Europa.
Recentemente, a chanceler federal alemã, Angela Merkel, reiterou que a ajuda seria enviada durante a visita do primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, a Berlim. Ainda não há, no entanto, previsão para o pagamento devido a divisões internas no bloco. A Itália, por exemplo, se recusa a pagar sua parte.
Na sexta-feira, o premiê italiano, Matteo Renzi, afirmou na capital alemã que quer aguardar a conferência de doadores da Síria, que vai acontecer na próxima quinta-feira (04/02), em Londres, para tomar uma decisão.
No encontro, será decidido se o dinheiro irá sair dos cofres da UE ou se cada estado-membro terá de contribuir individualmente.
Vigilância
Outro impasse é a forma como o governo turco deve aplicar o dinheiro. Segundo o Die Welt, Ancara quer administrar a quantia de forma independente, enquanto Bruxelas exige que o fundo seja aplicado em projetos concretos, como a construção de escolas. A UE também quer controlar os pagamentos para que o dinheiro seja direcionado exclusivamente aos refugiados.
"Tem sido difícil para o governo turco aceitar que bilhões de euros em ajuda para refugiados deverão ser pagos passo a passo depois de checagens rígidas da UE", disseram diplomatas ao jornal alemão.
Milhares de requerentes de asilo, a maioria da Síria, procuraram refúgio na Turquia. Alguns permanecem em campos para refugiados, mas a maior parte se arrisca na travessia pelo mar Mediterrâneo em direção às ilhas gregas.
Neste sábado, ao menos 33 pessoas morreram afogadas na costa turca tentando chegar à Europa, entre elas, crianças.
KG/dpa/afp