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Ucrânia quer manter voos ao país, apesar de distúrbios

13 de fevereiro de 2022

Lufthansa cogita seguir KLM e suspender rotas ucranianas. Empresas aéreas são aconselhadas a evitar o Mar Negro, devido a manobras militares russas na região.

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Homem de boné e máscara levando uma mochila passa por mural de avião voando
Turista ucraniano no salão de chegada do aeroporto de Boryspil, em KievFoto: Sergei Supinsky/AFP/Getty Images

O governo ucraniano afirmou neste domingo (13/02) que o espaço aéreo do país permanece aberto, após terem sido registrados distúrbios nas rotas destinadas ao país devido às tensões com a Rússia.

Companhias aéreas modificaram suas rotas para a Ucrânia após alerta dos EUA de que uma invasão russa ao país pode ocorrer a qualquer momento.

Também neste domingo, o serviço estatal de tráfego aéreo da Ucrânia aconselhou as companhias aéreas a evitarem sobrevoar o Mar Negro entre segunda a sábado, devido aos exercícios navais russos.

Mais de 30 navios russos iniciaram manobras de treinamento perto da península da Crimeia, informou a agência de notícias da RIA no sábado.

holandesa KLM suspendeu voos para a Ucrânia, e a alemã Lufthansa afirmou considerar a suspensão de suas conexões para o país, enquanto o jornal ucraniano Ukrayinska Pravda publicou reportagem afirmando que o governo ucraniano teria agendado para este domingo uma reunião sobre a questão do tráfego aéreo.

A Lufthansa disse que a situação na Ucrânia está sendo "monitorada muito de perto".

"A cessação do tráfego aéreo está sendo examinada, mas não há decisão sobre isso neste momento", declarou a companhia aérea alemã. A Air France emitiu declaração semelhante.

Em julho de 2014, um míssil russo abateu o voo MH17 da Malaysia Airlines, na rota entre Amsterdã e Kuala Lumpur, causando a queda do Boeing 777 que sobrevoava a Ucrânia. As 298 pessoas a bordo morreram, a maioria holandesas. Os investigadores concluíram que o míssil Bouk-Telar foi disparado de uma brigada antiaérea em Kursk, na Rússia, perto da fronteira com a Ucrânia.

"Sem restrições"

O Ministério da Infraestrutura ucraniano disse que as companhias aéreas continuam a operar "sem quaisquer restrições".

Também garantiu estar pronto para fornecer garantias financeiras adicionais para apoiar as companhias aéreas locais, muitas das quais operam através de leasings de aviões, depois que a companhia aérea ucraniana SkyUp disse ter sido obrigada a desviar um voo após o dono de um avião ter impedido uma aeronave operada pela empresa de entrar no espaço aéreo ucraniano.

O avião fazia a rota entre ilha portuguesa de Madeira e Kiev e teve de aterrissar em Chisinau, capital da Moldávia, porque a empresa irlandesa proprietária do avião proibiu a transportadora de operar no espaço aéreo da Ucrânia.

"Solução estatal"

"A situação atual exige uma solução a nível estatal. Agora estamos trabalhando em conjunto com as autoridades para encontrar soluções", disse o CEO da SkyUp, Dmytro Seroukhov.

Enquanto isso, a transportadora suspendeu a venda de passagens para voos até quarta-feira, acrescentou.

A agência de notícias Interfax-Ukraine disse que empresas de seguro ucranianas haviam recebido uma notificação das resseguradoras informando que as companhias aéreas não estão cobertas por riscos de guerra.

Mykhailo Podolyak, conselheiro do chefe de gabinete do presidente ucraniano, disse que o mudanças de agendamento feitas por transportadoras não tinham "nada a ver com as decisões ou políticas de nosso Estado".

"O ponto mais importante é que a própria Ucrânia não vê motivo para fechar o espaço aéreo. Isso não faz sentido. E, na minha opinião, assemelha-se um pouco a uma espécie de bloqueio parcial", disse Podolyak.

Temores de invasão

Os temores de uma invasão russa na Ucrânia aumentaram nos últimos dias, segundo Washington, embora o governo ucraniano tenha pedido a todos os seus cidadãos que permaneçam calmos e tenha assegurado que as forças armadas ucranianas repelirão "qualquer ataque".

Diversos países pediram a seus cidadãos que deixem a Ucrânia, tal como fizeram os EUA, incluindo Alemanha, Holanda, Bélgica, Espanha, Nova Zelândia e Austrália.

md (Lusa, AFP, Reuters)