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Ucrânia critica atraso na entrega de armas ocidentais

25 de fevereiro de 2024

Governo de Kiev aponta que metade do armamento prometido pelos aliados ocidentais está sendo entregue com atraso. Zelenski diz que 31 mil combatentes ucranianos morreram desde o início da invasão russa.

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O ministro da Defesa ucraniano, Rustem Umerov e comandantes militares
O ministro da Defesa ucraniano, Rustem Umerov (segundo à direita) e comandantes militaresFoto: Ukrainian Armed Forces via AFP

Metade das armas ocidentais prometidas à Ucrânia estão sendo entregues com atraso, lamentou neste domingo (25/02) o ministro do país, em meio a um apelo para que os aliados ocidentais enviem mais armamento para que o país consiga conter a Rússia.

"Uma promessa não constitui uma entrega", disse Rustem Umerov, durante um fórum organizado por ocasião do segundo aniversário do início da guerra. "E 50% dos compromissos não são cumpridos no prazo", criticou.

Os atrasos, segundo o ministro, colocam a Ucrânia em grande desvantagem na guerra contra a Rússia, apontando como consequência "perdas humanas e de território".

No momento, o exército ucraniano enfrenta uma situação extremamente delicada na frente de batalha e, após quatro meses de combates violentos, foi obrigado a abandonar a cidade de Avdiivka, no leste do país.

Dificuldades

Apesar da insistência de Kiev, os aliados ocidentais vêm enfrentando dificuldades nos últimos meses em aprovar novos pacotes de ajuda à Ucrânia.

Nos Estados Unidos, congressistas republicanos, adversários do presidente democrata Joe Biden, bloqueiam há várias semanas um pacote de 60 bilhões de dólares para a Ucrânia. Na União Europeia, por sua vez, há atrasos na entrega de 1 milhão cartuchos de artilharia para a Ucrânia. Segundo Kiev, apenas 30% do material foi entregue até agora.

Apesar dos sinais preocupantes, o primeiro-ministro ucraniano, Denis Shmigal, se declarou convencido de que Washington "não vai abandonar" Kiev e aprovará a ajuda.

Nos últimos dias, o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, insistiu com os aliados ocidentais para que enviem a ajuda prometida de maneira mais rápida. Ele pediu mais munições, sistemas de defesa aérea e aviões de combate.

"Sabem muito bem do que precisamos para proteger nossos céus, para reforçar nosso Exército em terra, do que precisamos para apoiar e continuar nossos êxitos no mar. E sabem perfeitamente de que precisamos a tempo", afirmou Zelenski durante uma reunião por videoconferência do G7, que reúne as principais potências ocidentais.

O presidente ucraniano disse ainda que os atrasos nas entregas de armamentos contribuíram para o fracasso da contraofensiva de Kiev no ano passado.

A ministra do Exterior da Alemanha, Annalena Baerbock, que visitou o sul da Ucrânia neste fim de semana, declarou que a ajuda dos aliados não deve ser "minimizada como se fosso algo em vão".

"Salva vidas todos os dias", insistiu na cidade de Mykolaiv, perto do Mar Negro. No sábado, Baerbock admitiu, no entanto, que a Ucrânia precisa de mais armas para defesa, em particular de longo alcance.

Baerbock em Mykolajiv
A ministra Baerbock admitiu que a Ucrânia precisa de mais armas para defesa, em particular de longo alcanceFoto: Kay Nietfeld/dpa/picture alliance

Kiev exige há meses que Berlim entregue mísseis Taurus, uma das armas mais modernas da Força Aérea alemã, mas o governo do chanceler federal Olaf Scholz tem evitado dizer diretamente se pretende enviar esse tipo de armamento para Kiev.

Zelenski afirma que a Ucrânia perdeu 31 mil combatentes

Ainda neste domingo, Zelenski disse que 31 mil soldados ucranianos foram mortos durante a invasão em grande escala da Rússia, divulgando o primeiro número oficial de perdas militares em mais de um ano.

O líder ucraniano disse a repórteres que não poderia divulgar dados sobre feridos, apontando que isso ajudaria no planejamento militar russo. "Trinta e um mil soldados ucranianos foram mortos nesta guerra. Nem 300 mil, nem 150 mil. No entanto, essa é uma grande perda para nós."

A Ucrânia não divulgava um número sobre suas perdas militares desde o final de 2022, quando o assessor presidencial Mykhailo Podolyak disse que 13 mil soldados ucranianos haviam morrido desde o início da invasão, em 24 de fevereiro daquele ano.

jps/as (AFP, Reuters)