UE acerta acordo para garantir vacina americano-alemã
10 de novembro de 2020A Comissão Europeia concluiu as negociações com a alemã BioNTech e a americana Pfizer para garantir à Europa doses da promissora vacina experimental contra o coronavírus elaborada em conjunto pelos dois laboratórios, afirmaram relatos da mídia alemã nesta terça-feira (10/11).
Na véspera, as empresas anunciaram que o imunizante oferecia mais de 90% de proteção contra a covid-19, tornando-se assim as primeiras companhias a obter sucesso em testes clínicos em larga escala.
"As negociações com a indústria farmacêutica foram concluídas", disseram fontes da Comissão Europeia à agência de notícias alemã DPA antes do anúncio oficial, garantindo que "o contrato está pronto". A notícia foi divulgada primeiramente pelo jornal Bild.
O acordo, porém, não estaria ligado ao anúncio de segunda-feira, já que há meses o braço executivo da União Europeia (UE) está em conversações com a Pfizer e a BioNTech. Em setembro, a comissão dissera que planejava garantir até 300 milhões de doses da vacina americano-alemã.
As duas empresas farmacêuticas esperam disponibilizar até 50 milhões de doses ainda neste ano, se a vacina for oficialmente aprovada. Para 2021, ambas calculam até 1,3 bilhão de doses.
As companhias afirmaram que planejam solicitar autorização de emergência à agência reguladora de medicamentos americana Food and Drug Authority (FDA) já na próxima semana. Os procedimentos de aprovação, porém, são diferentes nos Estados Unidos e na UE.
A Alemanha deverá ter acesso a 100 milhões de doses da vacina assim que a droga receber a aprovação regulatória, afirmou o ministro alemão da Saúde, Jens Spahn, mais cedo nesta terça-feira. Ele disse ainda esperar que a Comissão Europeia assine o acordo com as empresas rapidamente. "Fiquem tranquilos, pois levaremos isso rapidamente a uma conclusão", garantiu.
Após assinar um contrato na UE, todos os 27 países terão acesso simultâneo às primeiras entregas, que devem ser distribuídas de acordo com o tamanho da população. A Alemanha tem uma participação de cerca de 19%. Para uma imunização eficaz, deverão ser necessárias duas doses da vacina por pessoa.
Segundo Spahn, a UE já fechou contratos com as farmacêuticas AstraZeneca e Sanofi, que igualmente trabalham com vacinas contra o coronavírus. Outro contrato com a empresa Johnson & Johnson também já teria sido "basicamente" concluído.
IP/dpa/ots