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Euro em perigo

11 de outubro de 2011

O pequeno país é o único que ainda não aprovou a extensão dos poderes do fundo de estabilidade da moeda comum. Primeira-ministra eslovaca ameaça com renúncia caso o Parlamento diga não.

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Iveta Radicova e Richard Sulik: fundo de ajuda ao euro em riscoFoto: picture-alliance/dpa

Diante do agravamento da crise da dívida pública, há consenso em toda a Europa de que a extensão do pacote de resgate ao euro, chamado de Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF), é uma medida urgente. Menos na Eslováquia. No pequeno país, que introduziu a moeda em 2009, ainda não há um acordo em vista. E o tempo corre: nesta terça-feira (11/10) o Parlamento em Bratislava votará a questão.

Depois de um encontro para debater o tema nesta segunda-feira, a primeira-ministra Iveta Radicova informou que sua coalizão, formada por quatro partidos, não havia chegado a um acordo. Radivova ressaltou que seguiria tentando até o horário da votação, "até o último minuto".

A primeira-ministra condicionou a continuidade da coalizão de governo à aprovação da extensão do fundo de resgate do euro. Ela encaminhou um moção de confiança ao Parlamento, associada à votação. "Não posso permitir o isolamento da Eslováquia", afirmou.

Sem a aprovação do Parlamento eslovaco, o pacote de socorro ao euro não poderá ser estendido, já que o FEEF precisa do "sim" de todos os 17 parlamentos que fazem parte da zona do euro, sem exceção.

"Caminho para o inferno"

Já faz algum tempo que a contribuição financeira dos países europeus às nações altamente endividadas é alvo de conflito entre os membros da coalizão em Bratislava. O governo, conduzido pela União Democrática e Cristã Eslovaca (SDKU-DS) de Radicova, tem uma pequena maioria no Parlamento.

Principalmente o partido Liberdade e Solidariedade (SaS), liderado por Richard Sulik, que também exerce o cargo de presidente do Parlamento, adota uma postura eurocética. Recentemente, Sulik classificou como "caminho para o inferno" a extensão do pacote de ajuda ao euro. Sem o SaS de Sulik, Radicova não tem a maioria para aprovar a ampliação do FEEF.

O maior partido de oposição, o social-democrata Smer, do ex-primeiro-ministro Robert Fico, é, a princípio, a favor do fundo. No entanto, Fico ressaltou que trabalharia para obter a maioria desde que o governo reconhecesse sua "incapacidade" e renunciasse e, abrindo caminho para novas eleições. No final de semana, ele havia descartado que seu partido aprovasse o fundo já nesta terça-feira, o que salvaria a vida política da primeira-ministra.

Ao contrário das leis nacionais, quando acordos internacionais estão em pauta o Parlamento eslovaco pode conduzir duas votações para a mesma questão. É por isso que, entre os favoráveis ao fundo, há esperança de que a aprovação, que precisa de 76 dos 150 votos, sairá numa segunda votação, com apoio da oposição social-democrata. Até lá, a coalizão de governo já teria se esfacelado, afirmam analistas eslovacos.

Malta disse "sim"

Na tarde dessa segunda-feira, Malta aprovou a ampliação do fundo – o penúltimo país a fazê-lo. A decisão no Parlamento da pequena ilha no Mediterrâneo foi unânime. "Isso é a prova do compromisso de Malta com a estabilidade financeira europeia", disse Tonio Fenech, ministro de Finanças.

A Eslováquia tem 5,4 milhões de habitantes, Malta contabiliza apenas 420 mil – em toda a zona do euro residem 332 milhões de pessoas. Os dois países deverão garantir apenas 8,4 bilhões de euros ao fundo de estabilidade da moeda. Ao todo, está previsto que as 17 nações que compõem a zona do euro deem 780 bilhões de euros em garantias. O valor possibilita que, de fato, o volume de crédito aumente dos atuais 250 bilhões para 440 bilhões de euros.

NP/dpa/dw/rtr/dapd/afp
Revisão: Alexandre Schossler