Restrições de visto na UE para quem dificulta repatriação
29 de outubro de 2017A União Europeia pretende adotar medidas contra os Estados que não cooperam na repatriação de migrantes a que foi negado asilo. Para os cidadãos dos países em questão, seria dificultada a obtenção de vistos para o bloco europeu, noticiou o jornal dominical Welt am Sonntag.
Segundo a Comissão Europeia, a ameaça já resultou num acordo com Bangladesh, cujas autoridades se comprometeram a acatar os procedimentos padrão para repatriações. A maioria dos refugiados que cruzou o Mar Mediterrâneo, da Líbia para a Itália, no segundo semestre de 2017 provinha daquele país do Sul da Ásia. O diário afirma estarem em andamento negociações com outras nações, principalmente da África.
O ministro alemão do Interior, Thomas de Maizière, saudou a decisão da UE, explicando que ela visa especificamente "os responsáveis pelas readmissões proteladas, ou seja, autoridades e diplomatas com passaportes do país em questão".
Ele enfatizou que há dificuldades regulares para deportar candidatos a asilo rejeitados. Portanto "é apenas lógico que se imponham condições de ingresso mais rigorosas aos oriundos desse país". Para De Maizière, o acordo com Bangladesh prova que a tática de pressão através de vistos funciona "quando todos os Estados-membros da UE agem juntos".
Contudo nem todos os políticos alemães ficaram satisfeitos com o anúncio. A copresidente do partido A Esquerda Katja Kipping questionou os motivos por trás da decisão, frisando que sua legenda não apoia as restrições porque "elas afetam as pessoas erradas: turistas, estudantes ou gente que quer trabalhar aqui".
Desse modo, a UE estaria adotando "as práticas questionáveis à moda [presidente dos Estados Unidos, Donald] Trump, penalizando cidadãos comuns pelas políticas de seus governos", disse a líder oposicionista.
AV/dw,ots