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Cúpula

Agências (sv)30 de agosto de 2008

Encontro de emergência da UE tenta chegar a consenso sobre situação no Cáuscaso. Sanções são improváveis devido à questão energética. Observadores da OSCE criticam governo da Geórgia.

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Casa pertencente a moradores georgianos na Ossétia do Sul é incendiada: conflito continuaFoto: AP

Sob a coordenação do presidente francês, Nicolas Sarkozy, que ocupa a presidência da União Européia no momento, acontece a partir desta segunda-feira (01/09) um encontro de emergência da UE, visando uma posição comum do bloco frente ao conflito no Cáucaso. O risco de que não haja um acordo entre os 27 países-membros da UE, porém, é enorme.

Nos bastidores políticos em Bruxelas, acredita-se que muito do sucesso do encontro pode depender da habildiade de Sarkozy em agregar os chefes de Estado e governo presentes em Bruxelas em prol de uma decisão comum. O encontro de emergência será o primeiro na UE desde a Guerra do Iraque, em 2003. Um representante do governo francês comenta que a situação atual é ainda mais grave que a de cinco anos atrás, "pois trata-se, agora, da nossa vizinhança".

Programa dos seis pontos

Frankreich EU Nicolas Sarkozy
Sarkozy: habilidade esperada para chegar a consenso entre os países da UEFoto: AP

O encontro da UE visa fortificar o apoio do bloco à Geórgia em forma de ajuda financeira e humanitária. Outro objetivo é pressionar a Rússia a implementar "por completo e sem falhas" o programa de seis pontos sugerido por Sarkozy para solucionar os conflitos no Cáucaso.

Esse programa inclui a retirada imediata das tropas russas dos postos de controle na Geórgia e o envio de centenas de observadores da OSCE (Organização para Segurança e Cooperação Econômica) à região. Se Moscou não estiver de acordo, afirmou um oficial francês, as relaçãoes entre a UE e o país terão que permanecer "em estado de observação".

Sanções, sim ou não?

A ameaça de sanções econômicas por parte da UE ecoou em Moscou. Na mídia ocidental, surgiram rumores de que a Rússia poderia, em reação às possíveis sanções, cortar ou reduzir o fornecimento de energia aos países europeus. Mesmo que essa possibilidade tenha sido desmentida por Moscou, o assunto paira sobre qualquer conversa sobre o conflito no Cáucaso.

Segundo o diário Frankfurter Allgemeine Zeitung, o adido militar alemão na embaixada de Moscou, Heinz Wagner, teria defendido, em comunicação interna, a resposta militar russa ao conflito com a Geórgia na Ossétia do Sul, afirmando que Moscou "não teria tido outra saída senão reagir aos ataques militares da Geórgia".

Observadores da OSCE criticam governo da Geórgia

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Fornecimento de energia é tema que paira sobre conflito no CáucasoFoto: AP

Segiundo o semanário Der Spiegel, os observadores da OSCE que se encontram no Cáuscaso encontraram vários indícios de um "comportamento errôneo" do governo da Geórgia, o que pode supostamente ter levado ao início do conflito. Do relatório dos observadores, segundo a revista alemã, constam acusações de "crimes de guerra" cometidos pelas lideranças georgianas.

Embora o governo em Tbilisi tenha exigido da UE medidas enérgicas contra a Rússia, a presidência do bloco responde claramente que "a hora das sanções ainda não chegou". Enquanto vários países do Leste Europeu insistem numa conduta linha dura contra Moscou, outros, especialmente a Alemanha, defendem posições menos drásticas. O temor de Berlim tem suas razões: dos países europeus, a Alemanha é um dos mais dependentes da Rússia quando o assunto é fornecimento de energia.