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UE descarta cotas para distribuição de refugiados

26 de junho de 2015

Durante cúpula em Bruxelas, países europeus decidem que distribuição de 40 mil imigrantes será feita com base na disposição dos Estados-membros em receber os exilados. Medida deverá aliviar situação na Itália e Grécia.

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Foto: Getty Images/AfpJ.C. Magnenet

A fim de aliviar a situação na Itália e na Grécia, a União Europeia (UE) pretende distribuir os 40 mil refugiados que se encontram nos dois países entre os demais integrantes do bloco europeu. A distribuição, porém, não será feita a partir de cotas previamente fixadas, mas com base na disposição dos países em receber os imigrantes.

A questão foi discutida na noite desta quinta-feira (25/06), primeiro dia da cúpula que reúne chefes de Estado e de governo da UE em Bruxelas. Na declaração conjunta, líderes estabelecem a questão como prioridade, e afirmam que os milhares de refugiados "claramente precisam de proteção internacional".

Detalhes sobre a quantidade de pessoas cada país receberá ao longo dos próximos dois anos devem ser definidos até o fim de julho.

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, apelou para a solidariedade dos países, a fim de que o problema dos refugiados seja abordado "de forma conjunta na Europa, para que o peso não fique apenas nas costas dos gregos, italianos e malteses".

Já o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, reforçou a necessidade de reforçar o combate à imigração ilegal. "Quem não for um refugiado legítimo, não terá garantia alguma de que poderá permanecer na Europa", disse.

Apelo incisivo

Durante o encontro, o primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, foi incisivo no apelo para que os Estados-membros da UE ajudem o país a buscar uma solução para os milhares de refugiados que desembarcam na costa italiana. Segundo fontes, Renzi chegou a dizer que quem não estiver disposto a dividir a responsabilidade "não tem o direito de ser chamado de europeu".

"Se essa é a sua ideia de Europa, guarde-a para você. Ou nos mostre solidariedade ou não gaste nosso tempo", afirmou Renzi aos 27 participantes da cúpula. Por fim, o premiê italiano saiu satisfeito do encontro por o termo "voluntário", relacionado à disposição dos países em receber os imigrantes, não ter sido incluído no documento final.

Há duas semanas, houve tensão na fronteira entre a Itália e a França envolvendo centenas de refugiados, impedidos de entrar em território francês.

No ano passado, 219 mil pessoas cruzaram o Mar Mediterrâneo e desembarcaram na costa europeia – um recorde. Neste ano, até agora, este número já chega 100 mil, e calcula-se que pelo menos 2 mil perderam a vida na viagem, feita na maioria das vezes sob péssimas condições. Boa parte dos refugiados vem da Eritreia, Somália e Síria, entre outros países.

Crise na Grécia

Os participantes deste primeiro de dois dias de cúpula em Bruxelas chegaram a discutir sobre a crise na Grécia, tema de um encontro de ministros de Finanças da zona do euro, horas antes, que fracassou.

Durante entrevista coletiva em Bruxelas, a chanceler federal alemã, Angela Merkel, afirmou que a nova rodada de negociações com os ministros, marcada para o próximo sábado, será decisiva para os gregos.

Merkel sublinhou ainda que o prazo para Atenas evitar um default está cada vez mais apertado. A Grécia está a quatro dias de ter que honrar um compromisso de 1,6 bilhão de euros com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

MSB/dpa/rtr/afp