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UE espera crescimento apesar da guerra

(am)7 de abril de 2003

A Comissão da UE não crê em recessão por causa da guerra no Iraque: seu novo prognóstico do desenvolvimento conjuntural será divulgado nesta terça-feira (8/4).

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Comissário Pedro Solbes: guerra tem riscos limitados para a conjunturaFoto: AP

De acordo com as informações antecipadas por Pedro Solbes, a Comissão da União Européia conta com um crescimento econômico da ordem de 1% no corrente ano. No entanto, a condição prévia para isto é que a guerra no Golfo Pérsico não se estenda até o segundo semestre, sendo seguida ainda de uma distensão nas relações internacionais. Outros fatores importantes são também a estabilização do preço do petróleo e dos mercados financeiros.

Maior otimismo existe em relação a 2004: partindo da atual situação, a previsão de crescimento econômico dos 12 países que adotaram o euro é de 2,25%, segundo o comissário Solbes. Já os ministros das Finanças, que se reuniram em Atenas no último fim-de-semana, demonstraram um pouco menos de otimismo – sua previsão para 2004 é de um crescimento em torno de 2% no ano que vem.

Ação conjunta dos bancos centrais

A avaliação relativamente positiva da situação é compartilhada também pelo ministro alemão das Finanças, Hans Eichel. Segundo ele, não existe no momento nenhuma necessidade urgente de medidas de emergência por parte dos governos europeus, apesar de claros obstáculos para o desenvolvimento da conjuntura econômica e dos evidentes riscos geopolíticos.

Mas a evolução da economia será mantida sob cuidadosa observação, assegura Eichel: "Caso venha a ocorrer uma deterioração da situação econômica, existem diversas possibilidades de reação na política econômica – os bancos centrais poderiam propor ações conjuntas, estabilizando os mercados através do incentivo à liquidez e também da redução de juros".

Imposto não será aumentado

A opinião do comissário Pedro Solbes e dos ministros das Finanças da UE sobre os efeitos da guerra do Iraque para o desenvolvimento conjuntural é compartilhada também pelo chanceler federal alemão, Gerhard Schröder. Em entrevista a uma emissora de televisão, o chefe do governo afirmou não haver, no momento, um perigo de recessão em decorrência da guerra no Golfo.

O chanceler rechaçou também a hipótese de um aumento do IVA (Imposto sobre Valor Agregado – que corresponde, na Alemanha, ao ICMS brasileiro), com a finalidade de cobrir eventuais lacunas abertas no orçamento público alemão pelas conseqüências econômicas da guerra no Iraque.

Pacto de Estabilidade

Schröder defendeu, contudo, maior flexibilidade na interpretação do Pacto de Estabilidade do euro pela União Européia, se ocorrerem desenvolvimentos imprevisíveis. Para o chanceler, as diretrizes do Pacto incluem mecanismos para a necessária reação em tais casos. Porém, a meta deve ser em princípio a rigorosa observância dos critérios de convergência do euro, declarou Schröder.

Ao contrário do que propõe o chanceler alemão, os ministros das Finanças da UE expressaram-se a favor de um cumprimento rigoroso da política de disciplina orçamentária, durante a sua reunião do fim-de-semana. Especialmente em face dos efeitos negativos da crise do Iraque, os ministros decidiram que todos os países da UE devem coordenar de maneira ainda mais estreita a sua política orçamentária, com a meta final de garantir a estabilidade monetária.