Galileo em crise
8 de maio de 2007O presidente do Conselho de Ministros dos Transportes da União Européia (UE), Wolfgang Tiefensee, disse nesta semana ter poucas esperanças de que o consórcio responsável pelo sistema europeu de navegação por satélite Galileo supere suas divergências internas e defendeu uma maior participação do poder público no financiamento do projeto.
"O Galileo está numa profunda e séria crise", afirmou Tiefensee, ministro alemão dos Transportes. "Faremos uma proposta para que a participação pública na fase de construção cresça consideravelmente", afirmou. O que significa, em outras palavras, que dinheiro de impostos deverá garantir a viabilidade do projeto. O valor necessário não foi especificado. O projeto está orçado em 4 bilhões de euros.
Já a Comissão Européia afirmou, por meio de um porta-voz, que o plano para pôr o Galileo em funcionamento "poderá não funcionar" e que poderá ser necessário esboçar de novo o projeto. As declarações foram dadas às vésperas de vencer o prazo dado pela UE para que as empresas que compõem o consórcio superem as divergências que estão travando o projeto.
Solução para o impasse
O ingresso de recursos públicos seria uma saída para a crise. Em março, a UE havia dado ao consórcio, que engloba oito empresas de cinco países, um prazo de dois meses para que superasse as divergências internas. O prazo vencerá nesta quinta-feira (10/05) e as empresas ainda não chegaram a um acordo. Entre elas estão a EADS, de capital alemão e francês, e a Deutsche Telekom.
Com as dificuldades, o prazo para início das operações da rede de 30 satélites que compõem o Galileo, marcado para 2011, também corre risco de ser postergado. A Comissão Européia apresentará até o próximo dia 16 alternativas para solucionar a crise.
Tiefensee recordou que se trata do "projeto tecnológico mais importante" da União Européia e enfatizou que o Galileo, além de ter finalidades exclusivamente civis, é "absolutamente necessário" para que a Europa não dependa do sistema norte-americano GPS (de origem militar) em domínios "tão cruciais" como os transportes aéreo, marítimo e terrestre. (as)