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Um segundo turno sem debates?

12 de outubro de 2018

Bolsonaro recusa convites para quatro debates e reconhece que, mesmo que for liberado pelos médicos, pode não comparecer por estratégia política. Haddad critica postura e fala em "medo do confronto de ideias".

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Jair Bolsonaro e Fernando Haddad
A primeira pesquisa do Datafolha para o segundo turno mostrou Bolsonaro com 58%, e o petista com 42%.

O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) já recusou convites para participar de quatro debates sobre o segundo turno das eleições, levando seu adversário, Fernando Haddad (PT), a disparar críticas de que ele estaria com medo de debater.

O capitão da reserva declinou convites para quatro debates: um nesta quinta-feira (12/10) na Band; outro em 14 de outubro, na Gazeta; um terceiro em 15 de outubro, na Rede TV, que foi cancelado; e o de 17 de outubro, organizado por Folha, UOL e SBT.

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Desde o fim de setembro, quando deixou o hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde foi internado após receber uma facada, Bolsonaro realizou transmissões ao vivo nas redes sociais, participou de eventos, gravou programas eleitorais e deu entrevistas a alguns veículos de mídia.

Nas redes sociais, Haddad questionou se Bolsonaro teme o confronto de ideias. "Eu não acredito que o deputado vá participar dos debates porque efetivamente ele não tem um plano para o país", afirmou.

Haddad afirmou não ver diferença entre as entrevistas que Bolsonaro está concedendo à imprensa e o comparecimento aos debates. "Essa entrevista que estou fazendo com vocês é um debate. Vocês estão perguntando, e eu estou respondendo. Por que entrevista pode, e debate não? Entrevista é um debate com jornalista. Debate é debate entre candidatos", disse em entrevista à Rádio Baiana.

Bolsonaro, que passou por nova avaliação médica na manhã desta quarta-feira, ainda apresenta quadro de anemia e não está liberado para fazer campanha. Ele tem alta estimada para o dia 18, dez dias antes do segundo turno das eleições, que ocorre em 28 de outubro.

Ainda assim, o candidato do PSL admitiu em entrevista coletiva que pode não comparecer a nenhum debate por estratégia política, mesmo que seja liberado pelos médicos. "Existe a possibilidade, sim, é estratégia. Estou vendo o Haddad me desafiando agora: 'Quero que você me diga o que fez em 28 anos dentro do Parlamento'. Eu responderia para ele: 'Não roubei ninguém, Haddad'", afirmou o candidato.

Ainda alfinetando o rival, Bolsonaro acrescentou que teria que debater com um adversário que é um "fantoche" e um "pau-mandado", em referência à relação de Haddad com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba.

Ele também recomendou que militantes e aliados "tomem muito cuidado com a mídia" e evitem dar entrevistas.

"Recomendo, até se for o caso, a nem falar [com a mídia]. Porque grande parte da mídia é de esquerda e quer, de todas as maneiras, arranjar um meio de nos desgastar", disse. Em sua página no Twitter, ele criticou a cobertura midiática do assassinato de um mestre de capoeira na Bahia após uma discussão política. "Imprensa lixo", escreveu.

Em contrapartida, Haddad tem procurado ressaltar nas redes sociais a sua disponibilidade para participar de debates sob quaisquer circunstâncias: "Faço o que ele quiser para ele falar o que pensa e debater o país. Com assistência médica, enfermaria, em qualquer ambiente", disse.

A primeira pesquisa do Datafolha para o segundo turno mostrou Bolsonaro com 58% dos votos válidos, e o petista com 42%.

PJ/ots

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