Uma guerra como nunca se viu antes
20 de março de 2003Segundo informações divulgadas pelo Pentágono, a primeira divisão dos fuzileiros navais norte-americanos invadiu o território inimigo, dando início assim à esperada grande ofensiva terrestre das tropas aliadas contra o Iraque. Também as explosões registradas no centro de Bagdá na noite desta quinta-feira representaram o início do maciço bombardeio aéreo, que deve tornar o Iraque "cego, surdo e mudo", segundo a linguagem militar.
Para o secretário americano da Defesa, Donald Rumsfeld, uma situação inteiramente nova: "O que acontecerá não será nenhuma repetição de alguma guerra que já tenha acontecido. O conflito será de uma intensidade e de uma abrangência, que irá superar tudo o que se conhecia até agora."
Rumsfeld fez um apelo às tropas do Iraque, para que capitulem e não cumpram as ordens do regime de Saddam Hussein. Ele conclamou a população civil a permanecer em suas casas e prometeu ajuda humanitária. A libertação do Iraque está próxima, afirmou.
Poços de petróleo em chamas
O porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer, confirmou notícias de que as forças iraquianas teriam começado a incendiar os poços de petróleo no sul do país: "Nossas Forças Armadas têm informações de que inúmeras instalações de extração de petróleo estão em chamas. A extensão dos danos ainda não é conhecida."
Segundo Fleischer aumentou o número de países que apóiam os Estados Unidos desde o início das hostilidades. Em termos de população, afirmou, pode-se dizer que mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo apóia a ação "Liberdade para o Iraque".
Ari Fleischer confirmou ainda que os primeiros ataques aéreos da madrugada desta quinta-feira visaram diretamente a liderança política do Iraque. O serviço secreto CIA teria recebido informações sobre o local onde Saddam Hussein provavelmente estaria reunido com alguns de seus assessores.
Nos Estados Unidos, é tido como duvidoso, se a pessoa que fez um pronunciamento posterior por televisão, conclamando à resistência contra as tropas americanas, seria de fato Saddam Hussein e não um dos seus sósias.
Crítica da antecessora
A ex-secretária de Estado Madeleine Albright voltou a criticar a política do governo Bush em relação ao Iraque: "Uma das piores conseqüências desta guerra para mim é o fato de que os Estados Unidos prejudicaram muitas relações bilaterais e multilaterais, importantes para o país, a fim de que possa existir num mundo seguro."
Depois que a guerra começou, o Pentágono assume agora as rédeas dos acontecimentos. É hora de que os diplomatas cumpram a sua tarefa de restaurar as relações com os demais países, a fim de que os Estados Unidos possam obter o apoio para o próximo passo necessário, afirmou a ex-secretária de Estado e ex-embaixadora dos EUA nas Nações Unidas.