UE condena golpe
28 de junho de 2009A União Europeia (UE), os Estados Unidos e vários países latino-americanos – entre eles Brasil, Venezuela e Bolívia – condenaram a detenção do presidente de Honduras, Manuel Zelaya, por militares neste domingo (28/06).
Zelaya foi detido de madrugada na residência presidencial, em Tegucigalpa, e expulso do país. O presidente – ainda de pijama – foi levado de avião para a Costa Rica, cujo governo confirmou a condição de "hóspede" do mandatário hondurenho.
Em entrevista telefôncia, já no país vizinho, Zelaya exortou os Estados Unidos a repudiar o golpe de Estado de que ele foi vítima e pediu aos demais países americanos que não reconheçam o "governo usurpador".
Após deter Zelaya, tropas do Exército de Honduras cercaram o Palácio Presidencial pouco antes do início de uma consulta popular sobre uma reforma constitucional que abre caminho para a reeleição do mandatário.
O presidente havia destituído, na semana passada, o comandante das Forças Armadas por este ter se negado a colaborar com a organização do referendo.
UE condena detenção
A União Europeia condenou a detenção de Zelaya e pediu que a ordem constitucional seja prontamente restabelecida no país. Comunicado nesse sentido foi divulgado em Corfu, na Grécia, pelo ministro espanhol das Relações Exteriores, Miguel Ángel Moratinos.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, expressou preocupação com os acontecimentos em Honduras. "Assim como fez a Organização dos Estados Americanos na sexta-feira, peço a todos os agentes políticos e sociais que respeitem as normas democráticas, o Estado de direito e os princípios da Carta Democrática Interamericana", afirmou Obama em comunicado.
"Qualquer tensão e disputa existentes devem ser resolvidas pacificamente através do diálogo, sem qualquer interferência externa", assinalou.
O presidente boliviano, Evo Morales, pediu repúdio internacional aos acontecimentos ocorridos em Honduras. O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, assegurou que outros países latino-americanos abortarão o que chamou de golpe troglodita.
Chávez também acusou os Estados Unidos de estarem por trás da tentativa de golpe de Estado. Um funcionário da Casa Branca negou as acusações em entrevista à agência de notícias Reuters.
AS/dpa/rtr/lusa
Revisão: Simone Lopes