União Européia dá sinal verde para Galileo
26 de março de 2002Os ministros dos Transportes da União Européia (UE) aprovaram, nesta terça-feira, o programa de desenvolvimento do sistema de navegação via satélites Galileo, no valor de 3,4 bilhões de euros. "Com o Galileo, os europeus podem se livrar da dependência do Global Positioning System (GPS)", declarou o ministro francês Jean-Claude Gayssot.
O GPS foi desenvolvido pelo Exército norte-americano e vem sendo utilizado atualmente em operações militares, principalmente para guiar bombas lançadas no Afeganistão.
Para o ministro dos Transportes da Alemanha, Kurt Bodewig (SPD), o Galileo é um projeto de futuro. "Considero a navegação por satélite uma tecnologia chave", disse após a decisão. O novo sistema, também chamado GPS europeu, deve entrar em operação em 2008 e ser financiado exclusivamente com recursos privados a partir de 2015. Os ministros dos Transportes liberaram a última verba de 450 milhões de euros, aumentando para 1,1 bilhão de euros a participação da UE e da Agência Aeroespacial Européia (ESA) no projeto.
Financiamento privado
A UE quer que, a partir de 2015, o projeto seja financiado pelas empresas privadas que participarem do consórcio que tocará o projeto. As cotas de participação mínima deverão ser de 250 mil euros para empresas de pequeno e médio porte, e de 5 milhões de euros para grandes conglomerados.
Os primeiros dos 30 satélites do Galileo deverão ser lançados ao espaço em 2005 e permitirão a localização precisa, por exemplo, de navios e aviões. Segundo estimativa de 38 empresas aeroespaciais européias, o sistema poderá gerar mais de 100 mil novos empregos. Os chefes de Estado e de governo da UE já haviam se manifestado favoráveis ao projeto, em sua última reunião de cúpula, em meados de março, em Barcelona, na Espanha.
O governo dos Estados Unidos duvida da necessidade do Galileo, alertando que esse sistema civil também pode ser utilizado para fins militares por países inimigos. Os norte-americanos temem também interferências nos sinais do GPS. Por isso, a UE decidiu que vai negociar com os EUA um acordo de compatibilidade entre GPS e Galileo e seus sistemas sucessores.