Venezuela: Trump quer arrastar continente para conflito
12 de agosto de 2017O regime do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, afirmou neste sábado (12/08) que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, quer "arrastar" a América Latina para um conflito.
"A ameaça imprudente feita pelo presidente Donald Trump tem o objetivo de arrastar a América Latina e o Caribe para um conflito que vai permanentemente alterar a estabilidade, paz e segurança na região", afirmou o ministro do Exterior venezuelano, Jorge Arreaza.
As declarações são uma resposta do regime de Nicolás Maduro à afirmação de Trump de que os EUA não descartam uma "opção militar" para lidar com a crise na Venezuela.
Na sexta-feira, o presidente americano disse que o país vive uma "bagunça muito perigosa". "Nós temos muitas opções para a Venezuela, incluindo uma possível opção militar se necessário", disse a repórteres em seu clube de golfe de Bedminster, em Nova Jersey.
A Assembleia Nacional Constituinte (ANC) venezuelana manifestou apoio a Maduro diante do que classificou de "ameaças infames" feitas por Trump. "Rejeitamos as ameaças covardes, insolentes e infames" de Trump "contra a soberania sagrada da Venezuela", escreveu a presidente da Constituinte, Delcy Rodriguez, no Twitter.
A criação da assembleia, considerada pela oposição como uma tentativa de instaurar uma "ditadura comunista" na Venezuela, aumentou as tensões entre Caracas e Washington.
O ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino, considerou a afirmação de Trump como um "ato de loucura" e ressaltou que, em caso de agressão, "todos estarão na primeira linha para defender os interesses e a soberania da bem-amada Venezuela".
Tensões
Nesta semana, os EUA impuseram sanções a mais oito funcionários venezuelanos, a maioria membro da Assembleia Nacional Constituinte (ANC) venezuelana, "por contribuírem" com a erosão da ordem democrática no país. Entre eles, está o irmão do ex-presidente venezuelano Hugo Chávez, morto em 2013.
O Pentágono informou que as Forças Armadas não receberam nenhum pedido oficial da Casa Branca para intervirem militarmente na Venezuela.
Mais de 120 pessoas já foram mortas em protestos contra o regime de Maduro que ocorrem desde abril. A Assembleia formada por 500 constituintes chavistas escolhidos em eleições controversas foi rejeitada pela oposição venezuelana e não foi reconhecida por boa parte da comunidade internacional.
KG/efe/lusa/afp