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Verdes aprovam participação militar alemã na guerra antiterror

Marcio Weichert25 de novembro de 2001

Decisão na convenção nacional foi por maioria esmagadora, surpreendendo até mesmo seus principais líderes. Continuidade do governo de coalizão com os social-democratas está garantida.

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A presidente Roth não vê contradição entre a decisão e o pacifismo pregado por seu partidoFoto: AP

Fim do suspense. O Partido Verde continuará no governo alemão. Após um debate de seis horas, dois terços dos delegados à Convenção Nacional, em Rostock, votaram a favor da participação das Forças Armadas alemãs na guerra antiterror, ratificando a conduta da direção partidária e da bancada verde no parlamento federal. A decisão era pré-condição para a permanência do partido na coalizão com o Partido Social Democrático (SPD), do chanceler Gerhard Schröder. A vitória por maioria esmagadora surpreendeu até mesmo os líderes verdes.

A definição aconteceu no início da noite deste sábado, quando os cerca de 700 delegados escolheram a tese-guia para as resoluções do encontro. Os governistas puderam comemorar já após o primeiro turno. As duas mais votadas, dentre nove apresentadas, defendiam o envolvimento militar da Alemanha na ação contra o terrorismo. Uma proposta contrária ficou em terceiro lugar.

Em segundo turno, a tese dos principais líderes nacionais venceu por 424 votos a 385. Definida a questão principal, a convenção passou a se dedicar a apreciação de emendas, que no entanto não podem alterar sua linha política básica.

Debate

– O ministro do Exterior e vice-chanceler federal, Joschka Fischer, é um dos vencedores. Em seu discurso de 30 minutos, ele reivindicou confiança na direção partidária e cobrou sobretudo coerência dos delegados na votação.

"A Alemanha não pode tomar rumo diferente, mas nós, como partido, podemos. Mas então vocês têm de decidir sair da coalizão e assumir as conseqüências. Se vocês optarem por continuar no governo, mas repudiarem a atual política, isto com certeza vai dar errado", declarou Fischer com veemência.

Sobre o mérito da discussão, o ministro acrescentou:

"Não se trata aqui de se promover uma guerra para provar capacidade de governar este país. Quando existe guerra, violência e terrorismo, temos de formular e aplicar uma política responsável, que de fato resulte em paz, seja no Oriente Médio, seja nos Bálcãs."

Antes do ministro, a presidente do partido, a esquerdista Cláudia Roth, e a líder da bancada federal, Kerstin Müller, apelaram pelo apoio à coalizão vermelho-verde. As duas defenderam que as Forças Armadas alemãs não atuem apenas em missões militares, mas também em operações de ajuda humanitária. Roth não vê contradição entre pacifismo e o apoio de seu partido à ação antiterror.

Entre os oposicionistas, o deputado Christian Ströbele, de Berlim, se destacou, advertindo sobre o perigo da ampliação das missões militares internacionais alemãs. Ströbele duvida ainda da eficácia dos ataques no Afeganistão na luta contra o terrorismo mundial.