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Violência deixa israelenses e palestinos em estado de alerta

9 de outubro de 2015

Extremista israelense esfaqueia árabes e soldados de Israel matam ao menos três palestinos durante manifestação. Ataques ocorrem em meio a um aumento das tensões nas últimas semanas.

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Foto: Reuters/A. Awad

Ao menos três palestinos foram mortos, nesta sexta-feira (09/10), após soldados israelenses dispararem contra uma multidão durante uma manifestação perto da fronteira com a Faixa de Gaza. Os manifestantes haviam se reunido para mostrar apoio aos palestinos que vivem sob a ocupação israelense na Cisjordânia e em Jerusalém, onde foi registrada uma crescente onde de violência nos últimos dias.

Cerca de 200 palestinos participaram da manifestação, com alguns atirando pedras nos soldados israelenses estacionados ao longo da fronteira. Ao menos 14 pessoas ficaram feridas no incidente, de acordo com funcionários de um hospital.

A manifestação ocorreu logo após um violento ataque com faca cometido por um homem judeu contra vários árabes – uma resposta a uma série de ataques direcionados a israelenses. O nome do homem não foi divulgado. As vítimas – um cidadão árabe israelense e os outros moradores da Cisjordânia – foram levados a um hospital.

Numa entrevista a uma emissora de rádio local, o prefeito da cidade de Dimona, Beni Biton, disse que o homem está sob custódia da polícia e era conhecido das autoridades.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, condenou o ataque. "As autoridades vão perseguir qualquer pessoa que se envolva com violência e que viole a lei, não importa de que lado isso ocorra", disse em comunicado.

Israel tem sido palco de uma onda de violência nos últimos dias, com a maior parte dos incidentes concentrada em Jerusalém e na Cisjordânia. Protestos antiárabes eclodiram em Jerusalém, na quinta-feira, motivados pelo esfaqueamento de pelo menos oito israelenses e pelos confrontos violentos entre palestinos e policiais.

No último domingo, Israel havia impedido palestinos de entrar na Cidade Velha, um local sagrado para cristãos, judeus e muçulmanos, depois de vários incidentes nos quais palestinos esfaquearam israelenses.

O acesso à mesquita Al-Aqsa também tem sido limitado nos últimos dias. O local também possui importância religiosa para os judeus, que se referem a ele como o Monte do Templo.

As tensões se elevaram depois que o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, ter dito em 30 de setembro que já não estava mais vinculado aos Acordos de Oslo, em retaliação a alegadas violações por parte de Israel. O discurso de Abbas foi prontamente revidado por Netanyahu, que o chamou de "enganoso".

PV/rtr/ap/dpa/afp