Alemanha-Israel
16 de março de 2008A viagem de três dias da chanceler federal alemã, Angela Merkel, a Israel tem por motivo as comemorações pelos 60 anos de fundação do país. "Queremos dar os cumprimentos em nome do governo e das pessoas na Alemanha", disse Merkel na mensagem semanal por vídeo divulgada em sua página na internet.
Ela é a primeira chefe de governo a congratular Israel pelos seus 60 anos em uma visita pessoal. As festividades oficiais, para as quais também está convidado o presidente dos EUA, George W. Bush, serão em maio.
Após ser recebida em Tel Aviv pelo primeiro-ministro Ehud Olmert neste domingo (16/03), Merkel esteve no kibutz Sde Boker, onde ao lado do presidente Shimon Peres ela visitou a sepultura do primeiro chefe de governo de Israel, David Ben Gurion.
Merkel disse que nesta visita pretende conciliar a memória com o planejamento do futuro. "Por um lado, temos de ter em mente a responsabilidade pelo passado − e isto a política alemã sempre fará − e por outro lado temos de orientar nossas relações para o futuro", acrescentou. Merkel salientou que "o direito de existência de Israel é uma das constantes da política externa alemã".
Encontros anuais em nível de governo
Após uma visita de Merkel ao Memorial do Holocausto Yad Vashem, nesta segunda-feira, será realizado em Jerusalém o primeiro dos encontros regulares entre os dois países, com a participação de chefes de governo e ministros.
Pelo lado alemão, participam sete ministros, liderados pelo de Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier. Na pauta estão vários projetos nos setores de meio ambiente, programas para jovens de ambos os países, Justiça, Defesa, ciência e apoio econômico. Serão os primeiros encontros bilaterais regulares da Alemanha em nível de alto escalão fora da Europa.
A Alemanha é o segundo maior parceiro comercial de Israel, atrás dos Estados Unidos. Mais de cem cidades e comarcas alemãs mantém parcerias com cidades israelenses.
Pronunciamento no Knesset em alemão
O ponto alto da visita de Merkel será na terça-feira, quando ela falará diante do Knesset. Será o primeiro pronunciamento de um chefe de governo estrangeiro diante do Parlamento israelense. Para que isso se tornasse possível, foi feita uma alteração no regulamento do Knesset.
A chanceler federal disse que pretende deixar claro aos 120 deputados "que as ameaças contra Israel também são ameaças contra nós". Isto valeria especialmente para o Irã. Segundo ela, a Alemanha continuará fazendo pressão para que "o programa nuclear iraniano não possa prosseguir e que o Irã finalmente respeite as regras internacionais".
De antemão, Merkel pediu desculpas pelo fato de que falará em alemão. Ao mesmo tempo, disse compreender que alguns deputados tenham problemas com o fato de ela falar no idioma materno. Em seu pronunciamento no Knesset em fevereiro de 2005, o presidente alemão, Horst Köhler, havia pronunciado algumas palavras em hebraico.
Pouco antes do embarque de Merkel, neste domingo (16/03), causou surpresa o anúncio de uma iniciativa do governo alemão para o Oriente Médio. Ela prevê uma conferência em Berlim, em junho, para negociar a constituição da polícia e da Justiça nos territórios autônomos da palestina.
Entre os participantes, estariam representantes palestinos e de Israel, além de diversas nações árabes, os países da União Européia, assim como os Estados Unidos, Rússia e as Nações Unidas.