Vírus roubou dados de governos e da Otan durante anos
22 de janeiro de 2013Como o submarino do livro de Tom Clancy, A Caçada ao Outubro Vermelho, o vírus de computador Rocra entrou sem ninguém perceber na rede de dados do governo e do exército de países da Ásia Central, Europa e dos Estados Unidos. O software espião conseguiu tranquilamente obter informações confidenciais de servidores de instituições governamentais e departamentos de pesquisas militares.
Especialistas russos da empresa de segurança de software Kaspersky Lab descobriram o Rocra em outubro do ano passado. Eles acreditam que o vírus tipo Cavalo de Troia esteja instalado nos sistemas desde 2007. A origem dos ataques permanece um mistério. Suspeita que eles venham da Rússia, disse o representante da Kaspersky, Manus Kalkuhl. "Isso não quer dizer que o governo russo tenha ordenado a espionagem. Programadores que falam russo existem no mundo inteiro", completou Kalkuhl.
Os pontos fracos do Microsoft Office foram usado para "plantar" o Rocra. Os responsáveis pelo ataques mandaram emails infectados para suas vítimas com arquivos aparentemente inofensivos do Microsoft Word ou Excel. O vírus estava em busca de informações criptografadas através de programas específicos, utilizados pela União Europeia e pela Otan.
Comando suicida
Em maio de 2012, um vírus parecido com o Rocra, chamado Flame, infectou computadores em países como Irã e Afeganistão. Ele era parecido com um Cavalo de Troia, que se esconde em uma parte do computador e coleta dados, mas também podia rodar sozinho alguns programas: copiava conversas e textos digitados, tirava fotos da tela e memorizava senhas. A Kaspersky classificou o Flame como uma nova geração de arma cibernética.
Governos chegaram a ser culpados de fabricar o vírus, mas não foi possível confirmar nada, porque logo depois de ter sido descoberto, o Flame se autodestruiu.
Ainda não se sabe quem implantou o Rocra. Os especialistas da Kaspersky suspeitam de um grupo de hackers de nacionalidade desconhecida. Desta vez, nenhum país está sob suspeita. Especula-se que alguns governos poderiam se interessar pelas informações hackeadas. Elas têm muito valor e poderiam ser facilmente vendidas.
Autora: Silke Wünsch (msg)
Revisão: Francis França