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Wikileaks critica sigilo dos "Panama Papers"

7 de abril de 2016

Organização diz que o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos falha ao não divulgar os documentos vazados de modo integral. ICIJ diz que prefere agir de maneira "responsável".

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Wikileaks
Foto: picture-alliance/dpa/O. Berg

O Wikileaks, plataforma online responsável pelo vazamento de milhares de documentos confidenciais na internet, criticou nesta quarta-feira (06/04) a administração das informações contidas nos chamados Panama Papers.

"Ao censurar mais de 99% dos documentos, vocês estão empenhados em apenas 1% de jornalismo", declarou o Wikileakes em sua conta ndo Twitter.

A organização liderara por seu fundador e editor-chefe, Julian Assange, iniciou uma pesquisa junto aos usuários do Twitter perguntando se os Panama Papers devem ser disponibilizados online de modo integral, como é a marca do Wikileaks.

Entretanto, Gerald Ryle, diretor do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ) – uma das organizações por trás da divulgação dos Panama Papers – afirmou à revista americana Wired que os documentos não serão publicados online. "Não somos o Wikileaks. Tentamos mostrar que o jornalismo pode ser feito de maneira responsável", disse.

A porta-voz do Wikileaks e jornalista investigativa islandesa Kristinn Hrafnsson afirmou à emissora internacional russa RT que não concorda com a decisão do ICIJ.

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"É isso que gostaríamos de ver com os Panama Papers; eles devem ser disponibilizados ao público geral, de modo que todos, e não apenas o grupo de jornalistas que trabalha diretamente com os dados, possam analisá-los", observou Hrafnsson.

Os Panama Papers consistem de 11,5 milhões de documentos obtidos pelo jornal alemão Süddeutsche Zeitung através de fontes anônimas, que expõem informações sobre políticos e personalidades que, supostamente, realizariam negócios em paraísos fiscais.

Os dados foram compartilhados com o ICIJ, que coordenou a divulgação dos mesmos em conjunto com meios de imprensa em todo o mundo. No Brasil, participaram o jornal O Estado de S. Paulo, o portal de internet UOL e a Rede TV!.

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Na Alemanha, ao menos 28 instituições bancárias foram identificadas nos Panama Papers, incluindo o Deutsche Bank e o Commerzbank, além de diversas pessoas físicas.

RC/ap/dpa