Afonso Dhlakama anuncia frente-a-frente com novo Governo
20 de janeiro de 2015A Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) quer continuar a dialogar para ultrapassar o impasse político com o Governo.
O maior partido da oposição em Moçambique continua a pedir a criação de um "Governo de gestão". A RENAMO não reconhece os resultados das eleições gerais de 15 de outubro, que considera fradulentas. Mais uma vez, o líder da RENAMO deixou isso bem claro esta terça-feira (20.01), no final de uma reunião do Conselho Nacional dos quadros do partido alargada aos deputados eleitos para as assembleias provinciais e nacional.
"Não discutimos apenas uma questão partidária, do interesse dos membros do partido RENAMO, mas falámos como responsáveis, defensores e porta-vozes deste povo soberano e sofredor. Posso dizer com toda a convicção que todos, por consenso, continuamos a defender o Governo de gestão", afirmou Dhlakama.
Diálogo
Ezequiel Gussi, porta-voz da RENAMO neste encontro na vila de Caia, província central de Sofala, indicou que já foram feitos os contatos oficiais para uma negociação com o Governo recém-formado e liderado por Filipe Nyusi, do partido FRELIMO.
"Vamos prosseguir pela via do diálogo, que já iniciámos, e esperamos que Governo responda em tempo útil às nossas inquietações, que já fizemos por canais apropriados e em carta dirigida ao Governo de Moçambique.”
Frente-a-frente dentro de dias
Segundo garantias dadas por Afonso Dhlakama, este contacto poderá ter resposta dentro de poucos dias, tendo em conta que ambas as partes mostram interesse em priorizar o diálogo para que sejam ultrapassados os diferendos políticos.
"Se possível amanhã, ou depois de amanhã, poderá haver um frente-a-frente entre o novo Governo e representantes da RENAMO", disse. Esse encontro "poderá ser em Quelimane, em Caia ou em Maputo. Para ouvirmos oficialmente a posição da FRELIMO sobre o Governo de gestão", concluiu o líder da RENAMO.
Recorde-se que o partido vem defendendo nos últimos dias a criação de uma região autónoma do centro e norte do pais, onde Afonso Dhlakama seria o presidente caso o Governo da FRELIMO não aceitasse criar um "Governo de gestão".
O Governo moçambicano ainda não se pronunciou sobre o encontro anunciado por Afonso Dhlakama.