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Angola: Combate à corrupção precisa de patriotas, diz MPLA

nn | Lusa
20 de abril de 2019

A vice-presidente do MPLA, partido no poder em Angola, afirma que o país está a viver um "momento sublime", em que são necessários "verdadeiros patriotas" para apoiar o processo de combate à corrupção.

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Angola Luanda Parteitag MPLA
Foto: DW/António Cascais

Luísa Damião discursava este sábado (20.04) na abertura da "Campanha Pública de Moralização da Sociedade", iniciativa do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que se realizou em Talatona, a sul de Luanda, sob o lema "Combater a Corrupção e a Impunidade, É Garantir um Futuro Melhor e o Bem-Estar das Famílias Angolanas".

"A moralização da sociedade é uma tarefa que necessita da força de todos. É urgente a necessidade e a oportunidade que temos no nosso tempo e nesta geração de corajosa e destemidamente fazermos um corte, uma rutura de rejeição, contra as más práticas. É na verdade um momento sublime da nossa história, em que se precisam verdadeiros patriotas, homens e mulheres que defendam causas nobres e se propõem virar a página e deixar de navegar na impunidade", sublinhou a dirigente do MPLA.

Segundo Luísa Damião, têm de juntar-se sinergias em torno de um combate "sem tréguas à corrupção, ao nepotismo, a impunidade e à bajulação", que são vencíveis com o contributo todos os setores da sociedade angolana.

A vice-presidente do partido que lidera Angola desde 1975, ano em que acedeu a independência, lembrou que os fundadores do MPLA cumpriram a sua parte, com o sonho, realizado, de um novo país, pelo que chegou a hora de, hoje em dia, todos os angolanos terem a responsabilidade de lutar contra o "inimigo comum". 

"A corrupção, o nepotismo, a impunidade e a bajulação são como se de uma bomba atómica se tratasse, que não poupa ninguém, pelo que tudo, absolutamente tudo, devemos fazer para vencê-la com todos os meios e inteligências necessárias. Devemos todos renunciar ao suborno, ou seja, o uso da recompensa escondida para conquistar um ato, ou omiti-lo, de um funcionário público a seu favor", insistiu. 

Berlin Joao Lourenco Präsident Angola
João Lourenço, Presidente de AngolaFoto: DW/Cristiane Vieira Teixeira

Corrupção, "um crime hediondo”

Para Luísa Damião, o nepotismo consiste na concessão de empregos ou favores por vínculo, e não por mérito, e o peculato é o desvio ou apropriação de fundos públicos para uso privado, pelo que um país em que impera a impunidade "gera descredibilização nas instituições, na confiança e no simbolismo que as mesmas transmitem à sociedade".

"Os recursos financeiros ou materiais provenientes da corrupção tornam-se numa desonra pública. É um dinheiro que não é nosso. É do povo para realizar o interesse público. A corrupção é um crime hediondo que deve ser combatido sem tréguas com todas as forças", acrescentou.

Lembrando que o combate à corrupção é um dos temas prioritários do Programa de Governo 2017/22, Luísa Damião reiterou a necessidade de o cumprir, algo que "há muito se impunha: um combate cerrado e a sério no nosso país". "É o que estamos a fazer, mobilizando todas as instituições e a sociedade civil a juntar-se à luta que é de todos nós, na medida em que somos direta ou indiretamente afetados por ela, quer queiramos ou não. Todavia, estamos cônscios das diferentes interpretações e mal-estar que o combate ao fenómeno possa causar entre nós. Não está em causa as pessoas, mas apenas atacar e destruir o mal", frisou.

Para Luísa Damião, o combate à corrupção já está a dar frutos, defendendo que Angola "abriu uma nova página, um novo ciclo". "Os cidadãos estão cada vez mais a escrutinar à ação dos gestores públicos porque estes são servidores e têm a obrigação de prestarem contas ao povo. Não há dúvidas da forte determinação, coragem e grande sentido de Estado do Presidente de Angola, João Lourenço", sublinhou.

"O combate à corrupção e seus males é sério. Não vale a pena pensar-se que é apenas para inglês ver e que é seletivo, como alguns tentam insinuar em vez de apresentarem opiniões construtivas", acrescentou.

Nesse sentido, a luta contra a corrupção "é um facto" e os indicadores são "bastantes animadores", com o encorajamento e incentivo das organizações e entidades da sociedade civil nacional e internacional, "que dão boa nota aos esforços em curso no país". "Nesta cruzada de luta contra a corrupção, o MPLA deve ocupar a primeira trincheira, assumir o papel de vanguarda e de líder", concluiu.

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