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Angola: JLo apoia início da construção de navios de guerra

Lusa
10 de julho de 2023

João Lourenço, preocupado com o deteriorar da paz e segurança em diferentes pontos do mundo, destacou a importância de investir na construção de navios de guerra, "para proteger da imensa costa marítima angolana".

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Portugal | UN Ocean Conference 2022
Foto: João Carlos/DW

O Presidente de Angola destacou esta segunda-feira (10.07) os investimentos em meios e estaleiros navais, para dar início à construção de navios de guerra no país, contribuindo também para a segurança e combate à pirataria no Golfo da Guiné.

João Lourenço, que discursava nas celebrações dos 47 anos de existência da Marinha de Guerra Angolana, reconheceu que o Estado angolano realizou ao longo de muitos anos, pela característica do seu conflito armado, um investimento maior nas infraestruturas e apetrechamento maior em meios bélicos para o exército e a força aérea. 

"Alcançada a paz, o Estado angolano começou a prestar uma atenção cada vez maior à necessidade de fortalecer a Marinha de Guerra Angolana com infraestruturas em terra, embarcações marítimas de todas as categorias e sistemas de vigilância marítima para proteger a sua imensa costa marítima, que se estende por cerca de 1.650 quilómetros", disse João Lourenço.

O chefe de Estado angolano, que se deslocou hoje ao município do Soyo, província do Zaire, procedeu à inauguração da Base Naval do Soyo, para servir de região naval norte e o país exibir "as embarcações de patrulha, interceção e transporte militar, que são parte de um lote dos meios contratados à empresa naval Privinvest Shipbuilding Investiments ao abrigo do Ddespacho presidencial n.º 258/16, de 29 de agosto de 2016".

O despacho presidencial fazia menção a um lote de 17 embarcações de patrulha, interceção e transporte militar, incluindo peças sobressalentes no montante total equivalente em kwanzas a 495 milhões de euros.

Angola | Amstantritt Präsident João Lourenço
Angola teve um investimento maior em meios bélicos para o exército e a força aéreaFoto: Borralho Ndomba/DW

Vários investimentos

O Presidente angolano frisou que mais recentemente o Estado encomendou à empresa Abu Dhabi Ship Building a construção de três modernas corvetas e embarcações de apoio, tendo também do Reino de Espanha sido adquiridos dois aviões C295 da Airbus, que deverão chegar ainda este ano ao país, equipados para missões de reconhecimento e vigilância marítima.

Segundo João Lourenço, decorrem negociações com autoridade competente para a possibilidade de aquisição também de meios navais.

"O país deve investir em mais bases marítimas para albergar essas frotas que tendem a crescer em número e tamanho das embarcações, como também investir num estaleiro naval para a manutenção das frotas e iniciar a construção de navios de guerra em Angola, embrião para a indústria naval angolana", frisou.

Portugal Wirtschaft Hafen
Estado encomendou à empresa Abu Dhabi Ship Building a construção de três modernas corvetas e embarcações de apoioFoto: AP

Segurança do Golfo da Guiné

O Presidente angolano e Comandante em Chefe das Forças Armadas Angolanas salientou que pela sua posição geográfica Angola, juntamente com outros Estados das regiões central e austral de África, deve estar preparada para contribuir para a segurança do Golfo da Guiné, "importante rota marítima para o comércio internacional".

João Lourenço manifestou-se ainda apreensivo com o crescente deteriorar da paz e segurança em diferentes pontos do mundo, começando por África, onde o terrorismo e as insurgências de diferentes motivações ameaçam as suas populações e as já frágeis economias.

"Algumas das consequências imediatas e mais visíveis dos conflitos armados são, além do elevado número de mortes, o assustador número de deslocados internos, de refugiados em países vizinhos, de imigrantes manipulados por redes de tráfico humano, o aumento da fome, das doenças, da pobreza e da miséria", disse, acrescentando que "a situação não é melhor em outras paragens do globo" nomeadamente no médio oriente, no conflito entre a Palestina e Israel, na Europa, com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia.