Angola: Manuel Fernandes é o novo presidente da CASA-CE
9 de fevereiro de 2021Manuel Fernandes foi eleito com três votos a favor e duas abstenções durante uma reunião do colégio presidencial da Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), esta terça-feira (09.02).
O político prometeu "uma CASA-CE dinâmica, uma CASA-CE que todo o povo conhece. Aquela que está junto do eleitorado, junto do cidadão".
Fernandes sucede no cargo a André Mendes de Carvalho "Miau", que, na semana passada, apresentou a demissão após pressões nesse sentido por parte de quatro dos seis partidos da coligação. Os partidos pediam um novo presidente que trouxesse mais "dinamismo" e pudesse "alavancar" a força política.
O desafio de reorganizar a CASA
Contra o afastamento de "Miau" estiveram o Bloco Democrático e o Partido de Apoio para a Democracia e Desenvolvimento de Angola - Aliança Patriótica (PADDA-AP), os dois que se abstiveram na votação desta terça-feira.
Cesinanda Xavier, porta-voz da CASA-CE, frisou que a eleição de Manuel Fernandes é um processo "normal" em democracia.
"É normal alguém deixar o cargo ou uma função e haver outro a substituí-lo. A cadeira não pode ficar vazia", afirmou.
Segundo a porta-voz, "o primeiro desafio é reorganizar a CASA e pôr a máquina a funcionar para estar preparada para as eleições autárquicas e eleições gerais".
Manuel Fernandes toma posse na próxima sexta-feira (12.02). Será o terceiro presidente da coligação fundada em 2012 por Abel Chivukuvuku, destituído em 2019 por alegada "quebra de confiança".
A CASA a desmoronar?
Para o jornalista angolano Ilídio Manuel, a segunda maior força política da oposição em Angola está a perder fulgor – e o novo presidente Manuel Fernandes não conseguirá contrariar essa tendência.
"Não acredito que a CASA venha a ter o mesmo protagonismo que tinha no tempo de Abel Chivukuvuku com Manuel Fernandes. Tenho em linha de conta que Abel Chivukuvuku foi uma figura carismática, um orador nato e um grande mobilizador de massas. Carisma é uma qualidade que Manuel Fernandes não dispõe", compara.
Por isso, o analista prevê que "a CASA vai continuar a degradar-se já que está numa situação bastante conturbada e não se sabe qual será o rumo. Tudo aponta que o futuro é incerto."