Angola poupa mais 300 milhões de dólares com moratória
15 de junho de 2021"Recebemos a sinalização de que a moratória não iria terminar em junho de 2021 e que era possível ir até dezembro de 2021 e estamos a tirar partido dessa oportunidade. Antevemos uma poupança de mais ou menos 300 milhões de dólares com essa janela temporal de seis meses e preparamo-nos desde logo para o retomar da responsabilidade a que temos de fazer face quando esse período terminar", disse a governante numa conferência de imprensa em Luanda, a propósito da quinta avaliação do Fundo Monetário Internacional (FMI) ao programa de Assistência Ampliada (EFF).
"O que temos feito é tirar partido da disponibilidade dos países que fazem parte da Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida do G20 (DSSI) em estendê-la. Sempre que há vontade desses países responderem ao apelo do Clube de Paris para que a Iniciativa seja estendida, os países que tiraram proveito nos seis meses anteriores dizem: por que não? E foi isso que aconteceu", explicou Vera Daves.
O Clube de Paris tem como objetivo ajudar a nível financeiro os países com dificuldades económicas. Foi fundado em 1956, tem sede em Paris e é composto pode 22 membros.
Serviço da Dívida do G20
Angola anunciou na semana passada que iria aproveitar a prorrogação da Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida do G20 para pedir também a extensão da moratória do serviço da dívida bilateral não garantida até ao final do ano.
"Após avaliação da conjuntura, o Governo de Angola, através do Ministério das Finanças, decidiu aproveitar a prorrogação final da Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida do G20 (DSSI) e solicitou aos seus parceiros soberanos que continuassem a paralisação do serviço da dívida bilateral não garantida de 1 de julho a 31 de dezembro de 2021", adiantou, na altura, Ministério das Finanças, num comunicado.
Segundo as informações disponibilizadas no site do Banco Nacional de Angola, no final do ano passado a dívida bilateral ascendia a 5.774,1 milhões de dólares (4.732,9 milhões de euros).
O executivo não prevê, para já, a necessidade de se envolver em mais negociações de reformulação do perfil com os credores, além daquelas relacionadas com a implementação do DSSI, segundo o Ministério das Finanças.