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Angola: Presidente critica inação no problema de divisas

Lusa | gs
26 de novembro de 2017

João Lourenço garante que o país tem reservas de moeda estrangeira, só que estão fora do controlo do circuito legal. "Todo o mundo sabe e ninguém faz nada", afirmou o chefe de Estado.

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Presidente angolanoFoto: Getty Images/AFP/A. Rogerio

"Há divisas em Angola, pelo menos em Luanda, só que estão fora das instituições próprias que deviam ter o controlo delas", criticou o Presidente angolano, no sábado (25.11), em Pretória, no terceiro dia de visita de Estado à África do Sul.

 As divisas "não estão nos bancos, mas estão em locais perfeitamente identificados, mas que por razões que desconhecemos, todo o mundo sabe e ninguém faz nada. Então, esta é uma das medidas [orientações ao banco central e polícia] que vai com certeza contribuir para que haja mais divisas disponíveis para a economia, de uma forma geral, e para outro tipo de necessidades", afirmou João Lourenço.

A crítica serviu também para explicar as recentes mudanças na direção do Banco Nacional de Angola (BNA) e no comando-geral da Polícia Nacional. João Lourenço definiu como prioridade o combate à venda ilegal de divisas nas ruas, que atingiu "níveis preocupantes".

Angola - Uferstraße in Luanda
Banco Nacional de AngolaFoto: DW/N. Sul d'Angola

O preço para comprar um dólar norte-americano nas ruas de Luanda manteve-se estável na última semana e a divisa estava a ser transacionada, na sexta-feira (24.11), a cerca de 410 kwanzas (2,10 euros), duas vezes e meia acima da taxa de câmbio oficial.

 O custo de cada dólar no mercado paralelo chegou a rondar, após as eleições gerais de 23 de agosto, os 370 kwanzas, quando a taxa de câmbio oficial definida pelo BNA está há um ano e meio fixa nos 166 kwanzas (85 cêntimos de euro).

Face à possibilidade de uma forte desvalorização do kwanza a curto prazo, o valor do dólar no mercado de rua de Luanda disparou na primeira semana de novembro, até aos 430 kwanzas (2,25 euros), máximos desde janeiro. 

O negócio de divisas nas ruas é ilegal. Mas muitos angolanos e trabalhadores expatriados é a única forma de aceder a divisas, face às limitações nos bancos.

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