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Angola realiza primeiro censo depois da independência

Pedro Borralho Ndomba (Luanda)20 de maio de 2014

Começou em Angola o Censo Geral da População e Habitação. Todo o processo deverá durar pelo menos duas semanas. Segundo o Presidente, ele possibilitará que o Governo crie melhores condições de vida em todas as cidades.

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Foto: DW/Pedro Borralho Ndomba

Está a decorrer em Angola desde a passada sexta-feira (16.05) o Censo Geral da População e Habitação, que levantará o número de pessoas a residir no país, a quantidade de habitações construídas e outras características da população. Este é o primeiro censo a realizar-se após a independência de Angola (1975). Todo o processo deverá durar pelo menos duas semanas.

A história do censo angolano

A primeira tentativa para registrar dados populacionais em Angola aconteceu há 244 anos, promulgado pelo ministro Martinho de Melo Castro. Na época, a iniciativa de 21 de maio de 1770 permitiu obter uma estimativa da população categorizada por idade, sexo, nascimento e morte.

Mais tarde, no século 20, houve recenseamento da população entre 1940 e 1970. Segundo dados oficiais, realizado a cada dez anos. Em 1970, Angola tinha mais de cinco milhões de habitantes.

Flughafen Luanda
Governo angolano espera que com o censo possa melhorar a organização dos transportes no paísFoto: Wikimedia/L.Willms

Problemática da imigração no país

A execução do censo está a cargo do Instituto Nacional de Estatística (INE) que, em 2013, realizou um censo piloto, com duração de quinze dias. Foram contabilizados dados populacionais em sete das 18 províncias angolanas. Foram estas: Luanda, Namibe, Cunene, Huambo, Kwanza Norte, Cuando Cubango e Uíge.

O coordenador do gabinete central do Censo, Camilo Ceita, diz que o processo do recenseamento geral da população permite estudar a problemática da imigração no país. “Partindo do princípio que temos muitas nacionalidade, muitas pessoas de outros paíse a residirem em Angola, obviamente [eles também] são consumidores e devem ser contabilizados para que possamos também estudar a questão da imigração”, explica ele.

Em 2014, cerca de 105 mil pessoas estão a trabalhar para o processo. Segundo Ceita, todas as províncias estão preparadas e, ao todo, receberam 556 viaturas que devem ser geridas pelos municípios.

O coordenador-geral esclareceu ainda que o processo de recenseamento geral da população e da habitação está orçado em 2O milhões de dólares americanos e que a maior parte (13 milhões de dólares americanos) é investida nas refeições dos agentes de campo.

Notunterkünfte in Caxito, Angola
Presidente angolano disse que o censo é importante para melhorar a saúde e a distribuição de água e energiaFoto: DW/P. Borralho

“Atualmente já gastamos 59 por cento da execução financeira. As maiores depesas temos com o pessoal e a logística”, conta Ceita dizendo que não há qualquer necessidade de se fazer uma manifestação. “Não há necessidade de se ofender [com os números]. Para dúvidas, há um call center de número 114”, esclarece ele.

Campanha em prol do censo

O Frei Emiliano Maximiliano, da igreja católica, apela ao fieis para que recebam bem os recenseadores. Na última missa de domingo disse que homens de boa vontade acolhem pessoas do censo para que estes possam fazer seu trabalho devidamente e que devem ser recebidos com um pouco de comida, água e fruta porque provavelmente passam o dia sem comer.

O Presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos, afirmou que a atividade censitária irá permitir a conclusão das futuras ações do governo. “Este trabalho é importante para que o Governo possa tomar medidas para melhorar a organização do comércio, dos transportes, da agricultura, da saúde, da educação, da distribuição de água e de energia; e criar melhores condições de vida em todas as cidades, vilas, aldeias e povoações”, frisou Santos.