Antigos combatentes manifestam-se contra governo de gestão
30 de dezembro de 2014A ACLIN reuniu-se na semana passada na cidade da Beira para analisar, entre outras matérias, a situação política do pais, depois das eleições de 15 de outubro. O presidente da ACLIN disse aos jornalistas que a RENAMO (Resistência Nacional Moçambicana), o maior partido da oposição, e o seu lider Afonso Dhlakama estão a "desorientar os mocambicanos". A agremiação de veteranos apelou ao povo para que se mantenha calmo até à validação dos resultados eleitorais, que acontecerá esta terça-feira (30.12.).
Veteranos: "Prontos para lutar contra Dhlakama"
Vários membros da ACLIN disseram à DW que combateram o colonialismo português com o objectivo de libertar o homem e a terra, mas "hoje a RENAMO vem a publico assumir de viva voz que vai dividir o país".
José Maurício e Marta Isaac, combatentes de luta de libertação nacional, em entrevista à DW África, mostraram-se mesmo preparados para pegar novamente nas armas e lutar "contra a divisão dos pais": "Estamos a repudiar o que fala o Senhor Dhlakama! A nossa independência custou sangue. Nós estamos prontos para lutar contra Dhlakama!"
Afonso Dhlakama não aceita resultados oficiais
Recorde-se que o partido RENAMO, maior forca politica de oposição em Moçambique está determinado em manter o braço de ferro com o governo em Maputo. Afonso Dhlakama propôs "um governo de gestão ou de transição em Moçambique" constituido por membros do seu partido RENAMO e também por membros do partido FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique).
O líder da RENAMO iniciou um périplo pelo país que foi encerrado na Gorongosa, onde se realizou uma sessão do Conselho Político do partido. A Gorongosa é o bastião natural do "partido da perdiz".
Braço de ferro à vista na nomeação de administradores e governadores
Afonso Dhlakama garantiu à população de Gorongosa que a partir de janeiro de 2015, o administrador daquele distrito será por ele nomeado. Também anunciou que irá nomear os governantes das províncias, onde a RENAMO obteve a maioria de votos no escrutínio de 15 de outubro. Segundo a Constituição de Moçambique cabe ao Presidente do país nomear os governadores das onze províncias do país. A nomeação dos administradores distritais é normalmente feita pelo Ministério da Administração Estatal.
Afonso Dhlakama encontra-se, desde 21 de Dezembro em curso, na província de Sofala, onde espera pela validação oficial dos resultados das eleições que acontece nesta terça-feira (30.12.2014).