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Antigos combatentes manifestam-se contra governo de gestão

Arcénio Sebastião (Beira)30 de dezembro de 2014

A Associação de Antigos Combatentes de Luta de Libertação Nacional (ACLIN) repudia a postura da RENAMO e de Afonso Dhlakama, de quererem formar um governo de gestão ou governar nas províncias onde teve a maioria de voto.

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Combatentes da FRELIMO e população local durante a guerra colonial (foto do ano de 1968)Foto: casacomum.org/Arquivo Mário Soares

A ACLIN reuniu-se na semana passada na cidade da Beira para analisar, entre outras matérias, a situação política do pais, depois das eleições de 15 de outubro. O presidente da ACLIN disse aos jornalistas que a RENAMO (Resistência Nacional Moçambicana), o maior partido da oposição, e o seu lider Afonso Dhlakama estão a "desorientar os mocambicanos". A agremiação de veteranos apelou ao povo para que se mantenha calmo até à validação dos resultados eleitorais, que acontecerá esta terça-feira (30.12.).

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Veteranos: "Prontos para lutar contra Dhlakama"

Vários membros da ACLIN disseram à DW que combateram o colonialismo português com o objectivo de libertar o homem e a terra, mas "hoje a RENAMO vem a publico assumir de viva voz que vai dividir o país".

José Maurício e Marta Isaac, combatentes de luta de libertação nacional, em entrevista à DW África, mostraram-se mesmo preparados para pegar novamente nas armas e lutar "contra a divisão dos pais": "Estamos a repudiar o que fala o Senhor Dhlakama! A nossa independência custou sangue. Nós estamos prontos para lutar contra Dhlakama!"

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As eleições de 15 de outubro foram contestadas pelos partidos da oposição moçambicanaFoto: Arcénio Sebastião

Afonso Dhlakama não aceita resultados oficiais

Recorde-se que o partido RENAMO, maior forca politica de oposição em Moçambique está determinado em manter o braço de ferro com o governo em Maputo. Afonso Dhlakama propôs "um governo de gestão ou de transição em Moçambique" constituido por membros do seu partido RENAMO e também por membros do partido FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique).

O líder da RENAMO iniciou um périplo pelo país que foi encerrado na Gorongosa, onde se realizou uma sessão do Conselho Político do partido. A Gorongosa é o bastião natural do "partido da perdiz".

Braço de ferro à vista na nomeação de administradores e governadores

Afonso Dhlakama garantiu à população de Gorongosa que a partir de janeiro de 2015, o administrador daquele distrito será por ele nomeado. Também anunciou que irá nomear os governantes das províncias, onde a RENAMO obteve a maioria de votos no escrutínio de 15 de outubro. Segundo a Constituição de Moçambique cabe ao Presidente do país nomear os governadores das onze províncias do país. A nomeação dos administradores distritais é normalmente feita pelo Ministério da Administração Estatal.

Afonso Dhlakama
Afonso Dhlakama, líder da RENAMO, exige a formação de um governo de gestão e ameaça dividir o paísFoto: DW/A. Cascais

Afonso Dhlakama encontra-se, desde 21 de Dezembro em curso, na província de Sofala, onde espera pela validação oficial dos resultados das eleições que acontece nesta terça-feira (30.12.2014).

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