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Cultura

Massukos: Do Niassa para o Mundo

Manuel David (Lichinga)
31 de agosto de 2017

Os Massukos, banda internacional nascida na província do Niassa, norte de Moçambique, preparam-se para lançar o seu terceiro álbum. Com mais de 20 anos de história, prometem apresentar novos ritmos.

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Mosambik | Band Massukos
Foto: DW/M. David

Em 1995, um grupo de jovens apaixonados pela música juntava-se em torno da vontade de divulgar as potencialidades culturais do Niassa, uma província localizada no norte de Moçambique. Desde então, os Massukos conquistaram o público e os palcos internacionais. Já levaram a sua música a países como o Japão, Portugal e Reino Unido.

Dentro e fora do país usaram as letras das suas canções para chamar atenção para os problemas da província e de Moçambique, desde a falta de saneamento básico, passando pela higiene, ao vírus do HIV/ SIDA.

O grupo de onze membros dedica-se à música tradicional moçambicana. Mas a banda não quer fazer música apenas para entretenimento: os Massukos assumiram a missão de transmitir valores culturais às comunidades.

Cultura moçambicana

Por outro lado, querem ser uma fonte de estudo para outros músicos que se interessam pelas culturas moçambicanas. É o que explica, em entrevista à DW, Simão Fontes - o compositor, vocalista e percussionista na banda. "Fazemos música para ser objeto de estudo, para que outros músicos escutem e investiguem sobre ela".

Banda Massukos: Do Niassa para o Mundo

Os Massukos já tem quase 25 anos de história. Em 2001, estrearam com o álbum "Kuimba kwa Massuko", e em 2003 foram eleitos o melhor grupo moçambicano. "Bumping”, lançado em 2007, foi também um álbum de sucesso.

Agora, a banda prepara-se para lançar o seu terceiro trabalho, e promete apresentar novos ritmos num retrato da vida do povo do Niassa e outras zonas de Moçambique.

"O disco deverá ter treze temas, talvez mais. O estilo não muda muito. Vamos trazer inovações e alguns estilos que estamos a investigar como o "zulubi”. Queremos adaptar também outros estilos como 'uganda', 'bampiguim', 'chiuda', 'hilala' - essas não vão faltar.” 

Novo trabalho

Com um novo trabalho à vista, Simão Fontes está orgulhoso pela "coesão saudável” entre os membros banda, e sublinha a importância de uma boa gestão.

"Quando membros de uma 'família' não acompanham as tendências de desenvolvimento, muitas vezes há segregação. Ou seja, cada um procura fazer a sua vida e aqueles que ficam na 'família' acabam pautando com a tradição do grupo. Também se adaptam um pouco às exigências da vida. No nosso caso, exigimos mais disciplina, participação e criatividade”.

O novo álbum, ainda sem data de lançamento, poderá ser gravado na Inglaterra ou em Moçambique. "Sempre colaboramos com amigos músicos. Estamos em contacto para alinhar e reparar algumas coisas. Se tudo correr bem, talvez gravemos lá [na Inglaterra]. Mas no próximo ano, a ideia é gravarmos em Maputo”.