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Sissoco desmente acordo de partilha do petróleo com Senegal

Lusa | af
11 de dezembro de 2021

O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, negou este sábado (11.12) ter assinado qualquer acordo de partilha de petróleo com o Senegal como teria dito na sexta-feira (10.12), o primeiro-ministro, Nuno Nabiam.

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Bildkombo | Nuno Gomes Nabiam und Umaro Sissoco Embalo
Foto: Ludovic Marin/AFP/Braima Darame/DW

Na última sexta-feira (10.12), respondendo as perguntas dos deputados da Assembleia Nacional Popular (ANP), o primeiro-ministro guineense, Nuno Nabiam, disse que existe um acordo de partilha de petróleo com o Senegal rubricado entre Umaro Sissoco Embaló e o seu homólogo senegalês, Macky Sal.

Nabiam assegurou que o documento lhe foi entregue no dia 26 de outubro de 2020 pela chefe da diplomacia do país, Suzi Barbosa, num envelope com caráter confidencial.

Guinea-Bissau Premierminister Nuno Gomes Nabiam
Nuno Nabiam Foto: Braima Darame/DW

"O acordo foi assinado pelo Presidente da República [Umaro Sissoco Embaló]. O Governo não foi envolvido", disse Nabiam reforçando que, na sua opinião, os procedimentos de um acordo do género não estão corretos.

Acrescentou o chefe do executivo guineense, "penso que as coisas não foram tratadas conforme deviam ser. Quem devia assinar é o Governo, o parlamento ratificar e o Presidente promulgar, mas as coisas foram tratadas de forma contrária", afirmou Nuno Nabiam.

O desmentido

Entretanto, a resposta do chefe do Estado Guineense não tardou. Falando aos jornalistas no aeroporto de Bissau, este sábado (11.12), momentos antes de seguir para a Nigéria onde vai participar numa cimeira de líderes de países da África Ocidental, Umaro Sissoco Embaló negou a existência do tal acordo de partilha de petróleo com o Senegal.

Guinea-Bissau Präsident Umaro Sissoco Embaló
Sissoco Embaló desmente as declarações do seu primeiro-ministroFoto: presidency GB

"Para já não existe acordo de petróleo entre a Guiné-Bissau e o Senegal”, desmentiu Sissoco para quem "é preciso que as pessoas saibam estudar para que saibam interpretar. As palavras têm significados diferentes em francês e em português. Há a prospeção e a exploração do petróleo”, disse Embaló.

Sem se referir ao nome de Nuno Nabiam e à figura do primeiro-ministro, Umaro Sissoco Embaló afirmou que o que existe com o Senegal é um acordo no âmbito da Agência de Gestão e Cooperação (AGC) que gere a Zona Económica Comum (ZEC) que os dois países partilham no mar.

"O acordo assinado com o meu irmão Macky Sal que dá 30% para a Guiné-Bissau não é sobre o petróleo”, disse Umaro Sissoco Embaló.

"É como ele mesmo disse, fomos a todos os tribunais e perdemos”, observou Embalo, referindo-se às declarações de Nuno Nabiam quando se alude ao facto de a Guiné-Bissau, inicialmente, ter perdido nos tribunais internacionais as disputas sobre a partilha de eventuais recursos petrolíferos que possam existir na ZEC.

Esclarecer ao Parlamento

Präsident von Guinea-Bissau, Umaro Sissoco Embaló
Renovada confiança nas chefias das forças de Defesa e SegurançaFoto: Presidency of Guinea-Bissau

Embaló disse já ter comunicado ao presidente do parlamento, Cipriano Cassamá, a possibilidade de o secretário executivo da AGC, o guineense Inussa Baldé, responder aos deputados "para lhes dizer que não existe qualquer acordo de partilha do petróleo” com o Senegal.

"A Guiné-Bissau não tem petróleo até aqui, mas gostava que tivesse, porque ia transformar este país num Dubai”, defendeu o presidente guineense, salientando ser um "homem sério” e que nunca esteve em nenhum tribunal para responder a ilicitudes.

Prometeu combater "pequeno e grande bandido” na Guiné-Bissau, mesmo que isso o custe a vida, disse ter renovado confiança nas chefias das forças de Defesa e Segurança do país, particularmente nos ministros da Defesa, Sandji Fati, e o do Interior, Botche Candé, que o acompanharam ao aeroporto.

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