Procura da paz deve ser mais célere defende Comissão mista
1 de junho de 2016
A Comissão mista anunciou esta quarta-feira, depois de cinco horas de reunião, que continua a trabalhar para que o diálogo possa acontecer com brevidade.
O porta-voz do encontro, Jacinto Veloso, disse que a sessão decorreu num "bom ambiente e de cordialidade". “Confirmamos que já existe uma proposta, ao nosso nível, de pontos da agenda para o diálogo a alto nível. Também fizemos avanços significativos na preparação dos termos de referência para esse mesmo diálogo de alto nível”.
Reunião do Conselho de Defesa e Segurança de Moçambique
Antes, o Conselho Nacional de Defesa e Segurança moçambicano defendeu na manhã desta quarta-feira (01.06.) celeridade na criação de condições para o encontro entre o Presidente de Moçambique e o líder da RENAMO, principal partido de oposição, visando a restauração da paz.
Num comunicado distribuído em Maputo, o conselho “pronunciou-se no sentido de a Comissão Mista (entre o Governo e a RENAMO) empenhar-se de forma célere com vista à concretização do encontro entre o Presidente da República e o líder da RENAMO".Num comunicado, o Conselho Nacional de Defesa e Segurança, que é presidente pelo chefe de Estado, Filipe Nyusi, diz que constata a persistência de ataques armados perpetrados pela Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) contra alvos civis e as Forças de Defesa e Segurança de que resultam vítimas humanas e avultados danos materiais.
A nota distribuída na capital moçambicana, diz igualmente que o Conselho Nacional de Defesa e Segurança apreciou as denúncias sobre a existência de uma vala comum com mais de cem corpos no centro do país, encorajando os órgãos competentes a prosseguirem com as suas investigações, até ao esclarecimento do assunto.
Dhlakama considera "fantochada" comissão parlamentar sobre valas comuns
O presidente da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), Afonso Dhlakama, exigiu esta quarta-feira (01.06.) a criação de uma comissão independente para averiguar a denúncia de uma vala comum com mais de cem corpos no centro de Moçambique, considerando a atual comissão parlamentar "uma fantochada"."A RENAMO exige a criação de uma comissão verdadeira de inquérito para investigar esta vala comum", disse Afonso Dhlakama, a jornalistas numa teleconferência a partir de Gorongosa, província de Sofala, onde disse encontrar-se.
Para o líder do maior partido de oposição em Moçambique, a comissão parlamentar encarregada de investigar valas comuns, que foi boicotada pela RENAMO, é uma instância jurídica dentro da Assembleia da República dirigida pelo partido no poder e não é suficientemente independente para esclarecer o caso.
"Aquilo é uma fantochada", declarou Afonso Dhlakama, reiterando a exigência de uma comissão independente, composta por especialistas, jornalistas, académicos, intelectuais e deputados, que vá ao local para conversar com a população como forma esclarecer o caso.
Afonso Dhlakama responsabilizou a FRELIMO pela perseguição e assassínio de membros da RENAMO na região.
"Aquilo é uma propaganda", declarou Afonso Dhlakama, observando que vários órgãos de comunicação que estiveram na região provaram a existência de corpos em avançado estado de degradação espalhados pela região.
Comissão Parlamentar já negou a existência de uma vala comum
Na terça-feira (31.05.), o presidente da comissão parlamentar encarregada de investigar a existência de uma vala comum com mais de cem corpos no centro de Moçambique, Edson Macuacua, negou a denúncia feita por vários camponeses e disse que vai trabalhar outros "presumíveis" casos."O resultado [das investigações] permite-nos afirmar de forma categórica, inequívoca e definitiva que não há uma vala comum em Canda", afirmou Edson Macuacua, que na terça-feira (31.05.), um mês depois do testemunho dos camponeses, dirigiu uma visita da comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos Humanos e Legalidade à zona da denúncia, no distrito de Gorongosa, província de Sofala.
Os deputados que se deslocaram a Canda eram todos da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), partido no poder, exceto uma representante do Movimento Democrático de Moçambique (MDM).