Burkina Faso: Novo líder pede fim de violência contra França
2 de outubro de 2022"As coisas estão gradualmente a voltar ao normal, por isso vos convidamos a fazer as vossas ocupações livremente e a desfazerem-se de qualquer ato de violência e vandalismo (...) em particular aqueles que possam ser perpetrados contra a Embaixada da França ou a base militar" em Ouagadougou, referiu o capitão Farouk Azaria Sorgho num comumicado lido na televisão nacional, tendo ao lado Ibrahim Traoré, noticiou a agência France-Presse.
O presidente deposto do Burkina Faso, tenente-coronel Paul-Henri Sandaogo Damiba, apelou, no sábado (01.10), aos autores do novo golpe de Estado de sexta-feira, que o derrubaram, para que "caiam em si para evitar uma guerra fratricida".
Na sua primeira comunicação pública desde o golpe de Estado, Sandaogo Damiba também negou ter-se refugiado na base militar de Kamboincé, localizada a norte da capital do Burkina Faso, Ouagadougou, que abriga tropas francesas da Operação Barkhane (liderada pela França), que combate o terrorismo no Sahel.
"Nego formalmente que me refugiei na base francesa de Kamboincé. É apenas uma falsa informação para manipular a opinião", alegou. Damiba pediu à população para "ficar calma em casa".
França condena ataques contra a sua embaixada
França condenou ontem "com a maior veemência" os ataques contra a sua embaixada no Burkina Faso, indicando que "a segurança dos [seus] compatriotas" é a sua "prioridade".
"Condenamos a violência contra a nossa embaixada, com a maior veemência", afirmou a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) francês, Anne-Claire Legendre, acrescentando haver “equipas mobilizadas (...) para garantir a segurança” dos cidadãos franceses.
Ao final da tarde deste sábado, de acordo com a AFP, deflagraram incêndios frente à embaixada de França, em Ouagadougou, e ao Instituto francês, em Bobo-Dioulasso, cidade no oeste do país.
“[Estes ataques] são obra de manifestantes hostis, manipulados por uma campanha de desinformação contra nós”, considerou a porta-voz do MNE francês. “Qualquer ataque à nossa representação diplomática é inaceitável. Apelamos às partes interessadas a que garanta a segurança em conformidade com as convenções internacionais”, acrescentou.
Anne-Claire Legendre referiu ainda que foram dadas instruções aos cidadãos franceses para “estarem alerta e permanecerem em casa".