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Candidato guineense José Mário Vaz promete perdão aos criminosos

Braima Darame (Bissau)17 de abril de 2014

O economista José Mário Vaz, candidato do PAIGC, promete um país novo, com relançamento económico, sem instabilidades e sem golpes de Estado. Ficou em primeiro lugar na primeira volta com 41,0% e vai à segunda volta.

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José Mário Vaz, candidato do PAIGC às presidenciais na Guiné-BissauFoto: B. Darame

Economista formado em Portugal, José Mário Vaz apresenta-se como um homem que imprime rigor na administração pública e como um acérrimo defensor do trabalho, tendo já sido presidente da Câmara Municipal de Bissau e ministro das Finanças do Governo deposto pelo golpe de Estado de 2012.

JOMAV, como também é apelidado, afirma-se como caminho ideal para uma Guiné melhor num futuro próximo: "Sou uma pessoa limpa, dirigi as instituições por onde passei com seriedade, clareza, com firmeza e transparência."

Na corrida eleitoral pela primeira vez, JOMAV é candidato do PAIGC, Partido para a Independência da Guiné e Cabo Verde, para a presidência do país, e Domingos Simões Pereira, presidente do partido, concorrente às legislativas.

Primeira volta

A dupla prometeu uma nova esperança, um novo país a partir do dia 14 de Abril, um dia depois da primeira volta das eleições. Nas legislativas, o PAIGC, o antigo movimento de libertação nacional e antigo partido único, ganhou a maioria absoluta dos votos e dos deputados na Assembleia Nacional.

JOMAV ficou em primeiro lugar das presidenciais, mas com 41% dos votos não alcançou a maioria absoluta. Vai à segunda volta no dia 18 de maio.

Antes da primeira volta, Simões Pereira esteve convencido: "Vamos ganhar as legislativas e presidenciais para o bem da Guiné-Bissau e dos guineenses. Prioridade das prioridades é criar uma economia forte, criar trabalho, e por finalmente a economia a funcionar."

O candidato deixou claro que tudo depende também do apoio dos guineenses: "Definitivamente vamos ter que tirar o país da dificil situação enconómica em que se encontra e isso só será possível com muito trabalho. Vou pedir aos guineenses, vamos evitar intrigas, inveja, ódio. Temos de nos abraçar para levar para frente esse grande país."

Promessa de perdão aos criminosos

Jose Mario Vaz und Dimngos Simoes Pereira
José Mário Vaz e Domingos Simoes Pereira, candidatos às presidenciais e às legislativas, respetivamenteFoto: B. Darame

Se for eleito Presidente, JOMAV garante que a primeira tarefa seria perdoar a todos aqueles que cometeram crimes rumo a uma verdadeira reconciliação nacional.

Ele prometeu que "a partir do dia 14 de abril todo o mundo será perdoado, mesmo aqueles que cometeram crimes no dia 13, só assim teremos uma verdadeira reconciliação nacional, paz e estabilidade."

Mas avisa que quem intentar contra autoridade do país será responsabilizado: "É um dos papéis fundamentais de um Presidente da República saber resolver problemas no momento certo. Chamo a atenção, a partir do dia 14 quem desafiar as autoridades será responsabilizado.”

Enquanto comandante das Forças Armadas, promete criar condições de segurança para não haver mais alterações de ordens constitucionais, não ingerência dos militares na política.

Confiante, JOMAV promete uma governação tranquila ao seu companheiro de partido: "Enquanto presidente vou criar condições para que o primeiro-ministro possa governar sem instabilidades. A instabilidade acabou. Domingos Simões Pereira vai governar durante os quatro anos do seu mandato sem golpes de Estado. Haverá entendimento e rigor."

Passado sombrio

Wahlkampagne von Jose Mario Vaz
Campanha eleitoral de José Mário VazFoto: B. Darame

Já Domingos Simões Pereira, presidente do PAIGC, que deve chefiar o próximo Governo, fala de país novo depois das eleições: "Entendemos que os partidos amigos, os países parceiros e as organizações se engajem desde já para que o dia a seguir às eleições seja um dia da construção de um país novo. Sou o candidato do PAIGC e tenho a responsabilidade de construir a vitória do partido."

No mês de fevereiro de 2013, José Mário Vaz, que tinha acabado de regressar ao país depois de passar vários meses em Portugal na sequência do golpe militar, foi detido a mando do ministério Público durante três dias.

JOMAV foi acusado de estar envolvido no desaparecimento de um apoio orçamental doado pela República de Angola à Guiné-Bissau, enquanto ministro das Finanças. Acusações essas que sempre refutou.

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