Candidato às eleições no Congo diz que o queriam matar
13 de julho de 2016O líder da oposição congolês, Moïse Katumbi, diz ter sido envenenado com uma substância desconhecida. "Queriam matar-me porque têm medo da minha popularidade", afirmou em entrevista à agência de notícias Associated Press (AP).
Katumbi conta que foi agredido, em maio, por agentes da polícia que teriam injetado a substância no seu corpo antes de chegar ao tribunal na cidade de Lubumbashi para uma terceira audiência num caso em que é arguido, por recrutamento de mercenários. Uma acusação que rejeita.
Segundo o líder da oposição, tido como favorito na corrida à Presidência da RDC, tudo fará parte de um plano orquestrado pelo Governo para o matar. Katumbi recusa-se, no entanto, a avançar detalhes.
Adiar eleições?
O opositor e outros críticos do Presidente congolês temem que as eleições, marcadas para novembro sejam adiadas para que Joseph Kabila permaneça mais tempo no poder.
O chefe de Estado deveria deixar o Governo até ao final do ano, mas, até agora, ainda não declarou as suas intenções publicamente.
Moïse Katumbi reitera a necessidade de se realizar eleições livres e justas, "porque matar a oposição é ditadura."
Transições turburlentas
Desde que a República Democrática do Congo conquistou a independência da Bélgica, em 1960, nunca houve transições de poder pacíficas.
Kabila está no poder desde 2001, desde que o pai, o Presidente Laurent Kabila, foi assassinado por um dos seus guarda-costas. O filho foi, depois, eleito chefe de Estado, em 2006 e 2011. Agora, a Constituição impede Kabila de se candidatar a um terceiro mandato.
Nas eleições anteriores, o Presidente congolês teve o apoio de Moïse Katumbi. No entanto, como muitos outros políticos, também Katumbi se afastou publicamente de Kabila, em 2015, porque o Presidente não estava disposto a deixar o cargo.