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Capital do Uganda regista duas explosões em suposto ataque

AP
16 de novembro de 2021

Autoridades informam que ao menos 24 pessoas ficaram feridas após duas explosões em Campala. Testemunhas relatam caos e pânico. Deputados são vistos a evacuar prédio parlamentar próximo a local onde ocorreu uma explosão.

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Uganda Explosion in Kampala
Foto: Abubaker Lubowa/REUTERS

Um suposto ataque coordenado na manhã desta terça-feira (16.11) fez 24 pessoas feridas, provocou caos e confusão em duas áreas da capital do Uganda. Testemunhas relatam duas fortes explosões nas proximidades de uma esquadra de polícia e de um prédio parlamentar.

Nas redes sociais, circula um vídeo com imagens de uma nuvem de fumo branco a sair do local da explosão perto da esquadra da polícia. As autoridades de segurança do país ainda não comentaram, não informaram se há vítimas nem se os incidentes estão relacionados a ataques à bomba.

Uma outra explosão parecia ter ocorrido numa unidade de uma empresa de seguros. O incêndio espalhou-se por carros estacionados nas proximidades do prédio. Segundo a emissora nacional UBC, alguns deputados assustaram-se com o incidente e foram vistos a evacuar os recintos de um edifício parlamentar na região.

O porta-voz do Ministério da Saúde, Ainebyoona Emmanuel, publicou no Twitter que o Hospital Mulago estava a tratar 24 pessoas, quatro em estado crítico. "Após o infeliz e cobarde ato de terrorismo, os nossos trabalhadores da saúde estão a trabalhar para salvar as vidas dos feridos", disse.

Histórico recente

Autoridades ugandeses apelaram à vigilância na sequência de uma série de explosões de bombas nas últimas semanas.

Uma pessoa foi morta e mais de sete ficaram feridos numa explosão num restaurante num subúrbio de Campala, no dia 23 de outubro. Outra explosão dois dias depois, num autocarro de passageiros, matou apenas o bombista suicida, segundo a polícia.

Antes desses ataques, o Governo do Reino Unido tinha atualizado as recomendações sobre o Uganda, destacando que extremistas "são muito susceptíveis a tentar levar a cabo ataques" no país.

As Forças Democráticas Aliadas (ADF, na sigla em inglês), afiliada ao grupo "Estado Islâmico" na África Central, reivindicaram a responsabilidade pelo ataque ao restaurante.

Uganda I Explosion in Kampala
Explosão no dia 23 de outubro matou apenas o bombista suicidaFoto: Abubaker Lubowa/REUTERS

Suposto inimigo

O grupo se opõe ao Governo do Presidente Yoweri Museveni - um aliado de segurança dos Estados Unidos. Museveni foi o primeiro líder africano a destacar forças de manutenção de paz na Somália para proteger o Governo do grupo extremista Al-Shabab.

Em retaliação, o grupo realizou ataques em 2010 que mataram pelo menos 70 pessoas reunidas em locais públicos de Campala para assistir a um jogo do Mundial de Futebol.

As ADF foram criadas no início dos anos 90 por muçulmanos ugandeses que afirmaram ter sido postos de lado pelas políticas de Museveni.

Na altura, o grupo rebelde protagonizou ataques terroristas mortais em aldeias ugandesas, bem como na capital, incluindo um ataque em 1998 em que 80 estudantes foram massacrados numa cidade fronteiriça perto da República Democrática do Congo.

Relatórios sobre uma aliança entre as ADF e o "Estado Islâmico" surgiram pela primeira vez em 2019, de acordo com o Intelligence Group - que acompanha as atividades online de organizações extremistas.

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