Caíto Teixeira vai liderar a Federação de Futebol guineense
30 de setembro de 2020A escolha do novo presidente da Federação de Futebol foi assegurada por 36 dos 48 clubes e associações desportivas guineenses. Concorreram para a presidência do órgão quatro candidatos, depois da desistência de dois outros.
Carlos Alberto Mendes Teixeira, mais conhecido como Caíto Teixeira, superou, de longe, o adversário mais próximo, Fernando Tavares (Bené), com uma diferença de 12 votos (36 contra 12).
O ex-jogador de 48 anos vai substituir Manuel de Nascimento Lopes (Manelinho), impedido de renovar o mandato na presidência da federação depois de ser suspenso pela Federação Internacional de Futebol (FIFA) por um período de dez anos "devido a conduta imprópria".
Em curtas declarações aos jornalistas, o agora eleito presidente da Federação de Futebol da Guiné-Bissau promete trabalhar arduamente: "Clubes e associados, contem comigo. Quando falo de mim, falo da minha direção, vamos estar 24 horas a trabalhar para vós."
Orientação da FIFA revela "desconfiança"
O ato de votação e a escolha do presidente do órgão que rege o futebol guineense foram acompanhados por vídeo pela FIFA. Para o jornalista desportivo Olívio Mendonça, isso é sinal de desconfiança e é a tarefa do novo líder da Federação mudar a imagem da instituição junto dos parceiros.
"A orientação da FIFA para a colocação de um televisor plasma na sala onde decorreu este congresso simboliza alguma desconfiança", afirma o jornalista. "Essa desconfiança tem de ser tratada e trabalhada, para que a FIFA, tal como a CAF [Confederação Africana de Futebol], passem, efetivamente, a ver a Federação de Futebol da Guiné-Bissau com bons olhos, como se diz na gíria futebolística. Por isso, [o novo presidente] tem de trabalhar seriamente", recomenda Olívio Mendonça.
Irmã Turé, editor de desporto da Rádio Nacional da Guiné-Bissau, não espera tarefa fácil para Caíto Teixeira. "Nós temos de começar a pensar no futebol doméstico, criar os jogadores locais para competir localmente e depois começar a dar passos gigantescos", defende.
Mas o que está a ser feito é precisamente o contrário, critica o editor. "Criar jovens de 12 e 13 anos, levá-los para a Europa, ter outra cultura e voltar a jogar para a seleção nacional. Isso também não vai ajudar e penso que Caíto tem tarefas dificílimas para resolver."
O ex-futebolista Caíto Teixeira foi presidente do Clube Estrela Negra de Bissau. O antigo internacional guineense fez parte da geração de futebolistas guineenses dos anos 90.