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China e Rússia querem "democratizar" relações internacionais

EFE
20 de março de 2023

De visita à Rússia, o Presidente chinês, Xi Jinping, disse que "Moscovo e Pequim são os guardiões de uma ordem mundial baseada no direito internacional".

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Presidente chinês, Xi Jinping, e homólogo russo, Vladimir PutinFoto: Natalia Kolesnikova/AFP/Getty Images

O Presidente da China, Xi Jinping, assegurou nesta segunda-feira (20.03) na sua chegada à Rússia, onde reunirá com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, que ambas as potências defendem a democratização das relações internacionais e uma ordem mundial baseada nos princípios da ONU e do direito internacional.

"A China está pronta para defender firmemente com a Rússia um sistema internacional baseado na ONU [...] a promover a multipolaridade no mundo e a democratização das relações internacionais", afirmou Xi Jinping após descer as escadas do avião que pousou no aeroporto Vnukovo-2 , segundo informaram as agências de notícias locais.

Xi Jinping, cujo Governo criticou o mandado de prisão contra Putin emitido na sexta-feira passada (17.03) pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), enfatizou que Moscovo e Pequim "são guardiões de uma ordem mundial baseada no direito internacional".

"Durante os últimos 10 anos, as relações bilaterais fortaleceram-se e desenvolveram-se com base na não adesão, no não confronto e no não alinhamento contra terceiros, criaram um exemplo de relação interestatal com base no respeito mútuo, na coexistência pacífica e na cooperação mutuamente benéfica", ressaltou.

Chegada de Xi Jinping à Rússia, no aeroporto Vnukovo-2
Chegada de Xi Jinping à Rússia, no aeroporto Vnukovo-2Foto: Anatoliy Zhdanov/Kommersant Photo/AFP via Getty Images

Relações bilaterais

O Presidente chinês também se mostrou convencido de que a visita será "frutífera" e promoverá o "desenvolvimento estável" da cooperação estratégica entre os dois países, o que contribuirá "para o desenvolvimento do mundo em geral".

"Espero que, durante a visita, eu possa trocar pontos de vista de forma pormenorizada sobre questões de relações bilaterais e importantes questões regionais e internacionais", acrescentou.

Xi Jinping faz a sua nona visita à Rússia, durante a qual terá um almoço informal no Kremlin com o seu "amigo" Putin esta segunda-feira, enquanto amanhã acontecerão as negociações formais com as respetivas delegações, durante as quais serão assinados vários acordos.

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China em posição ambígua

O encontro entre Xi Jinping e Vladimir Putin ocorre no contexto da campanha militar russa na Ucrânia, na qual a China mantém uma posição ambígua, defendendo a integridade territorial ucraniana por um lado e, por outro, alegando levar em conta as preocupações de segurança da Rússia.

A iniciativa de paz da China foi recebida pela Rússia com um pé atrás, uma vez que respeitar a integridade territorial significaria devolver os territórios ocupados à Ucrânia, enquanto Kiev considera que o plano chinês carece de lógica e está cheio de contradições, porque não deveria levar em conta os interesses do país agressor.

Oficialmente, o Kremlin declarou que Moscovo aprecia a postura moderada de Pequim em relação à Ucrânia.Xi Jinping pretende conversar por videoconferência com o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, após a visita à Rússia.