Comissão da Paz da RENAMO arranca na Beira
13 de julho de 2015Entrou em funcionamento no sábado (11.07), na cidade da Beira, a Comissão da Paz, Democracia e Desenvolvimento Económico e Social. Uma iniciativa criada pela Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) em junho, aquando da realização do Conselho Nacional do maior partido da oposição moçambicana, para acompanhar a atual situação política no país.
Para Cláudio Mapulano, presidente da comissão, a iniciativa vem auxiliar várias outras organizações que trabalham em prol da paz efectiva no país. "O nosso país precisa de um espírito positivo, de ações e iniciativas positivas que não contribuam apenas para sair da crise, mas sobretudo que nos curem do mal em que nos encontramos", defende.
A comissão prevê instalar-se no sul, no centro e no norte. O grupo é multi-partidário e tem como principal missão acompanhar as atuais diferenças políticas no país, segundo anunciou o mentor da iniciativa, Afonso Dhlakama, o líder do maior partido da oposição.
"Não foi por acaso que não viram aqui distintivos do partido RENAMO. Caso contrário, havíamos de contrariar a ideia que nos levou a pensar na criação desta organização", declarou. Segundo Dhlakama, "serão recebidas várias pessoas, quer sejam membros da RENAMO, do MDM, da FRELIMO ou da sociedade civil, que queiram contribuir para o fim do sofrimento deste povo".
FRELIMO e MDM não foram contactados
No entanto, a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO, no poder) e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM, oposição), não concordam com os critérios de criação.
Fátima Batalhão, chefe de propaganda e mobilização na FRELIMO, diz desconhecer a linha de actuação desta comissão. "Não fomos contactados pela RENAMO para fazer parte desta comissão", disse à DW África.
Já para o MDM, da oposição, a iniciativa não é aglutinadora, porque "o MDM não recebeu uma notificação formal" da RENAMO. "O que sabemos é o que está a ser dito na televisão", afirma Elias Nkuiri.
Fátima Batalhão (FRELIMO) e Elias Nkuiri (MDM) dizem que os seus partidos não fazem parte desta comissão por não terem sido incluídos na mesma desde a sua criação. A iniciativa é a primeira vinda de partidos políticos desde a assinatura do acordo geral de paz em 1992.